O mundo anda muito assustado. Como se não bastassem todas as crises, injustiças e corrupções a que nos tinham habituado, os últimos meses desceram a um nível inferior de perversidade, não apenas no terrorismo mas até na saúde. Dizíamos estar pior que nunca, envolvidos em problemas modernos e sofisticados como globalização, falência de bancos ou negociações diplomáticas. Nunca poderíamos imaginar que no século XXI seríamos obrigados a enfrentar horrores medievais.
A opinião de ...
Uma das permissas de Democracia é justiça. A Democracia é um sistema justo em que cada homem tem direito a um voto e este tem o mesmo valor, independentemente de quem o exerce e onde o exerce. E contudo...
Os últimos acontecimentos - prisão de altos responsáveis pelos «vistos-gold» e do ex-primeiro-ministro José Sócrates -, levantam a questão da sobrevivência da democracia num país culturalmente corrupto, amante do desenrasca-te, sem olhar a meios.
QUESTÃO: “…a azeitona que vou colher tem que ser transportada para o lagar de azeite. O transportador diz-me que não o pode fazer sem levar uma guia passada por mim para evitarmos pagamentos de multas às finanças.
Como não estou coletado nas finanças e a azeitona é para fazer o azeite para meu consumo e da minha família como devo fazer para me transportarem as azeitonas para o lagar?...”
Confesso a minha estupefação ao ter sido surpreendido pela notícia radiofónica da detenção de José Sócrates e, antes de ouvir mais nada, veio-me à memória a possibilidade de, num acto tresloucado, ter assassinado alguém. Segundos depois percebi que, afinal, à hora marcada, magistrados, polícias, televisões, jornais e rádios aguardavam ansiosos a chegada do avião em que José Sócrates viajava de Paris para Lisboa para o deterem para um interrogatório sobre matérias sobre as quais não havia indícios de “crime de sangue” nem de flagrante delito grave.
A par do boato, a denúncia anónima equivale a acto pérfido de baixeza: um e outra correspondem ao arremessar da pedra escondendo a mão atrás do biombo da cobardia. Também o princípio criado da aceitação da segunda me parece gesto descabido e inaceitável, impróprio por insensato e pouco decente, cobertura daquela mesma cobardia. O denunciante identificado age de boa-fé: dá a cara, assumindo a responsabilidade da denúncia; o anónimo age sem rosto.
Este título pode parecer provocatório, mas não é. Se olharmos para o que se passa à nossa volta e por esse mundo fora, verificamos que a vida da mulher tem pouco valor. A desvalorização começa em casa e pode terminar no tribunal, e é socialmente tolerada e sustentada em adágios populares. Em todos os continentes, em todas as classes sociais, em todas as idades, no espaço público e no privado, as mulheres continuam a morrer pelo facto de serem mulheres. É certo que as leis têm sido melhoradas e que a intolerância social tem aumentado, mas os resultados continuam muito aquém de desejável.
Portugal é um país com um enorme déficit de empreendedores.
É em tempos de crise (e são várias as que atravessámos recentemente) que o empreendedorismo aparece na boca de vários gurus, responsáveis políticos e alguns ditos empreendedores de que um certo Miguel Gonçalves de Braga foi o exemplo que um outro Miguel, ex-ministro e de Lisboa, nos brindou há algum tempo atrás.
No âmbito das minhas responsabilidades ao nível da Confraria do Butelo e da Casula, acompanhado por mais cerca de três dezenas de confrades, estive, no passado fim-de-semana, na capital francesa.
Independentemente do êxito, ao nível de outras atividades, no domínio da promoção e divulgação do Butelo e da Casula, bem como de outros produtos nordestinos e da própria região, não posso deixar de consagrar um texto ao facto de termos sido recebidos na Câmara (Maire) de Paris.
Roubar a un home la sue lhenguaige an nome de la própia lhenguaige, ye por ende qu’ampéçan todos ls assassínios legales.
Roland Barthes, Mitologies
Sabia que se deixar de movimentar uma conta, mesmo que a julgue encerrada, alguns bancos cobram comissões que podem atingir os 52 euros por trimestre, dependendo do banco? Conheça os seus direitos e evite situações desagradáveis.
A cada passo e pela recorrência, dou comigo a matutar no porquê da coisa. Assisto, Portugal inteiro assiste, em frequência desgastante, à ira da classe docente contra tudo e contra todos.
Pela constância anual o Concurso dos Professores faz encher as ruas de protestos ruidosos, impulsiona debates ensurdecedores, amortece a alegria estudantil, desmoraliza os pais e desgasta, no geral, as gentes.
Estão perdidas nos tempos. As memórias do meu vinte e cinco de Abril esfumam-se no labirinto do inconsciente pois teimam, por vergonha, a não quererem enfrentar a realidade.
Lá, nos tenros vinte e três anos, ganhei novo fôlego, cresci para o mundo, enfrentei os ventos do contra e deixei-me levar pelas frescas aragens da mudança. Acreditei no nascimento de um novo mundo onde todos, novos e velhos, de mãos dadas, viveriam inebriados entre os seios fraternos da igualdade e da liberdade.
Conheci e conheço pessoas contrárias a serem retratadas. E, no entanto, contemplavam e contemplam o Mundo através de retratos de todo o género, forma e feitio. O sábio das Mitologias não apreciava ser fotografado, o filósofo Orlando Vitorino também não, ao que sabemos o poeta Herberto Hélder detesta ser atingido pelo disparo da câmara fotográfica.
As últimas eleições para o Parlamento Europeu demonstraram que as novas gerações precisam de uma história da Europa contada de forma diferente que os identifique mais com a União Europeia e com os seus direitos enquanto cidadãos europeus. Numa altura em que enfrentam o desemprego e o aumento das desigualdades, há necessidade de algo novo que os aproxime mais do projeto europeu e os leve a participar mais ativamente na vida europeia.
O Tribunal Colectivo da Comarca de Aveiro condenou Armando Vara (AV), em Setembro, no âmbito do caso Face Oculta, nos seguintes termos: «Os actos praticados, com abuso da sua influência relativamente a elemento que integrava o executivo e a um administrador da EDP-IP, assumem especial gravidade. […] Assim, perante o acima e agora exposto, decide-se fixar a pena única em 5 (cinco) anos de prisão.» (p. 2647-8)
Para muitas pessoas quendo se diz cabidela associam sempre a arroz de frango com sangue, é certo que foi o que mais prevaleceu embora existam outras cabidelas…
Numa ementa de 1972 foi servida ao chefe de Estado o contra - Almirante Américo de Deus Rodrigues Thomaz durante numa visita ao Porto, galinha de cabidela, ora esta receita não era arroz de cabidela mas sim a galinha estufada terminada com o sangue da ave e acompanhada com tostas e arroz branco.
26º Meditações sobre a Exortação Apostólica
É frequente, quando comemos o pão que chega à nossa mesa esquecermos as mãos que desbravaram a terra, lançaram a semente, colheram o trigo maduro, bem como as que o amassaram, o levaram ao forno e o retiraram no momento certo. Só conhecemos as mãos daquele que no-lo vende, ou as daquele que recebe o nosso dinheiro e, por vezes nos dá o troco, quando o vamos buscar às prateleiras de um qualquer hipermercado. Por isso, é bom, de vez em quando, recordar e lembrar todos os que contribuem para que tenhamos pão na mesa e não só aqueles de quem o recebemos.
No quotidiano social em que vivemos, perante os múltiplos desafios que enfrentamos, sobretudo ao nível da sustentabilidade económica, encaixa, na minha opinião, muito bem, a conhecida frase: “pior do que ter falhado é nunca ter tentado”.