Pe. Calado Rodrigues

A Igreja silenciada em 2020

Cada início de um novo ano é uma oportunidade para fazer o balanço do anterior e dele retirar ensinamentos para lançar o próximo.
O ano de 2020 fica marcado pela pandemia que se espalhou pelo mundo. O vírus foi identificado em 2019, por isso a doença recebeu o nome de Covid-19. Os seus efeitos, contudo, fizeram-se sentir sobretudo em 2020. Este foi também o ano em que começou a vacinação, embora fique para os seguintes a resolução da mais grave crise sanitária, económica e social que já assolou a humanidade.


Reinventar a peregrinação no século XXI

Há muitos séculos, S. Agostinho procurou a felicidade fora dele. Mas só a encontrou verdadeiramente quando entrou dentro de si e, aí, foi surpreendido por Deus, que o aguardava. Nas Confissões ele exclama: “Tarde te amei, beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! E eis que estavas dentro de mim e eu fora” (Livro X, XXVVI, 38).Tal como experimentou S. Agostinho no século IV, a felicidade não é uma conquista. É o resultado de um caminho interior que leva a pessoa a descobrir os seus talentos, sendo chamada a desenvolvê-los cada vez mais.


Alemanha: o motor da renovação

A Sinodalidade é um dos conceitos recuperados pelo Papa Francisco. No discurso de comemoração do cinquentenário da instituição do Sínodo dos Bispos, a 17 de outubro de 2015, o Papa afirmou categoricamente que “o caminho da sinodalidade é precisamente o caminho que Deus espera da Igreja do terceiro milénio”.
Sínodo é uma palavra de origem grega que significa “caminhar juntos”. No contexto eclesial, é usada para convocar todos a darem o seu contributo para a reflexão de determinados temas ou a repensar a Igreja, seja a nível mundial, nacional ou diocesano.


A homenagem devida a Giovani

Um jovem deu a vida nas ruas de Bragança a defender os valores em que acreditava.
Luís Giovani Rodrigues era feliz porque se sentia acolhido nesta cidade, como testemunhou o pai ao presidente do Instituto Politécnico de Bragança, Prof. Orlando Rodrigues. Estava entusiasmado com o curso que estava a fazer em Mirandela. Confiava que o iria ajudar a desenvolver as muitas qualidades que já lhe eram reconhecidas. Desde criança que tocava na igreja. Com outros dois amigos, tinha uma banda de musica tradicional cabo-verdiana que começava a ter algum sucesso.


Um Natal que não agrada a Deus

Como se não bastasse o consumismo marcar a quadra natalícia, esta é antecedida pela Sexta-feira Negra (Black Friday) que se transforma numa corrida desenfreada às lojas para a compra de prendas. O contraste com as circunstâncias em que se verificou o nascimento de Jesus não podia ser maior. Ele nasceu fora da cidade, num estábulo, rodeado por animais. O relato menciona que uns magos do oriente trouxeram uns presentes ao Deus menino. Hoje, para um cristão, os mais pobres são o rosto de Jesus.


A Igreja que luta pelos refugiados

As comunidades cristãs e os ses líderes, perante os dramas humanos, podem acomodar-se e preocuparem-se mais com os seus problemas internos, não reparando nos irmãos que sofrem. Não é essa a atitude que o Papa Francisco sustenta: “Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças”, escreveu na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium.


O meu tributo ao Pe. Videira Pires

O Pe. Francisco Videira Pires foi um sacerdote desta diocese que dirigiu o Mensageiro de Bragança durante três anos, desde o início de 1958 ao final de 1961. Foi um período áureo desta publicação. O jornal ficou conhecido pela sua elevada qualidade literária e gráfica. O seu diretor cultivou o debate de ideias, obtendo reconhecimento nacional.


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