Pe. José Luís Pombal

Ecoando a Fratelli Tutti (VI)

No Novo Testamento, menciona-se um fruto do Espírito Santo (Gal 5, 22), a benevolência, que indica o apego ao bem, a busca do bem; mais ainda, é buscar aquilo que vale mais, o melhor para os outros: o seu amadurecimento, o seu crescimento numa vida saudável, o cultivo dos valores e não só o bem-estar material (112).


Ecoando a Fratelli Tutti (III)

Continuamos neste artigo a análise das sombras ou das poeiras que rasgam dentro das nossas cidades. Identifico, como a terceira sombra, uma certa cultura económica. Como sabemos, as opções económicas exercem, a vários títulos, um enorme peso nas opções políticas: no cuidar da natureza, no cuidar do trabalho e dos trabalhadores, no cuidar dos frágeis (sublinham-se, aqui, os migrantes), na resposta às diversas formas de insegurança.


Ecoando a Fratelli Tutti (II)

Neste artigo, e no próximo, desventraremos as sombras da noite dum mundo fechado, sobre as quais o papa Francisco faz incidir a luz do seu sonho, propondo gestos, atitudes e ações que geram fraternidade. São quatro as sombras que eu identifico no primeiro capítulo desta encíclica, como escolhos que impedem o avanço da fraternidade universal. Ei-las: uma certa cultura política, uma certa cultura da globalização, uma certa cultura económica e uma certa cultura digital. Hoje, deter-nos-emos nas duas primeiras.


Expropriados de si

No Expresso Curto desta segunda-feira, Raquel Moleiro assinala os 120 anos da morte de Eça de Queirós com esta citação da obra Crime do Padre Amaro: «Foi no domingo de Páscoa que se soube em Leiria, que o pároco da Sé, José Miguéis, tinha morrido de madrugada com uma apoplexia. O pároco era um homem sanguíneo e nutrido, que passava entre o clero diocesano pelo comilão dos comilões. Contavam-se histórias singulares da sua voracidade». Esta citação não fez mais que projetar-me, de imediato, para o que lera, dias antes, num artigo do Valter Hugo Mãe, intitulado O Paulino Carvalho.


Conceito de estabilidade

A recente greve dos motoristas de matérias perigosas fez-nos espraiar o pensamento em diversas direções. A dignidade dos trabalhadores, a importância do diálogo com as entidades patronais, a missão dos sindicatos, os direitos do cidadão comum, o recurso à greve… foram temáticas sobre as quais pudemos refletir. Foi-nos ainda dado constatar, mais uma vez, a necessidade que temos uns dos outros. Quantos mais sectores do mundo laboral, discretos e silenciosos, precisam de parar para nos darmos conta da sua importância?


Espelho de Virtudes

Soubemos no início deste mês de julho que D. Frei Bartolomeu dos Mártires passará a ser oficialmente reconhecido como membro daquela estripe que se deixa consumir pela chama da santidade. Um seu contemporâneo e amigo, o bispo de Milão Carlos Borromeu, com quem Bartolomeu se correspondia, designou-o como «modelo de bispos e espelho de virtudes cristãs». É, por isso, mais um daqueles grandes exemplos que nos precedem apontando para o alto sem dissimular as exigências do tempo presente.


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