Pe. Manuel Ribeiro

Ser vida na vida de alguém

Num mundo marcadamente digital, em que as relações são cada vez mais porosas, circunstânciais e desprovidas de significado, a probabilidade de viver numa falsa ilusão de segurança e de pertença é uma realidade cada vez mais comum. Esta pretensiosa ilusão representa o deterioramento das relações inter-pessoais e inter-sociais. Na verdade, estar a sós com um outro, fazer silêncio para o escutar, para o ouvir e para o ver, é algo que hoje se tornou tão escasso e, concomitantemente, tão valioso.


Estás proibido de desistir de ti próprio

A vida é mesmo uma soma de acontecimentos que, infelizmente, nos passam completamente ao lado. Atordoados e envolvidos nas azafamas das nossas vidas e das nossas rotinas, a vida vai mostrando o seu lado mais escondido, mais belo, mais indomável e mais sedutor. Quantas vezes não vivemos sufocados nos nossos pensamentos, nas nossas inquietações, nas nossas obrigações e nas nossas prioridades? No fundo, vivemos centrados em nós mesmos, como que numa bolha, sem saber na verdade quem nós somos.


O acaso do “por acaso”

O acaso do “por acaso” não é acaso. Aliás, nada acontece por acaso. Basta ver as inúmeras pessoas que se cruzam na nossa vida. Cada uma dela traz consigo algo de novo, uma frescura que vai moldando o nosso coração e forma a ver o mundo e os outros. Se é verdade que as pessoas não entram por acaso na nossa vida, também é verdade que elas não permanecem por acaso nas nossas. E toda permanência implica, analogamente, uma relação, pois toda relação aporta abertura, novidade, superação e partilha. Portanto, abrirmo-nos ao outro é abrirmo-nos à beleza da novidade.


Qual é a tua riqueza?

Há dias que nos enchem, dias que nos perturbam positivamente, dias que nos libertam do marasmo quotidiano e dias que nos insuflam o sopro vital do espanto e do espasmo. Nesse mesmíssimo dia, ouvi o relato de uma mãe orgulhosa da sua filha. Em modo de partilha, ela contava-me que fora surpreendida pela sagacidade da sua menina quando afirmara que ela (e elas) eram ricas. Após alguma contenção, a mãe, cheia de curiosidade, não se conteve em perguntar à sua filha o porquê da sua decidida afirmação.


Por quem choras tu?

Gostaria hoje de poder partilhar convosco uma reflexão que, na realidade, há muito tempo tenho ruminado em mim mesmo. A pergunta “por quem choras tu” surgiu quando preparava a homilia do V Domingo do Tempo da Quaresma (ano A).
Nesse domingo, o Evangelho sugerido pela sagrada liturgia é o denominado episódio da “ressurreição de Lázaro” (Jo 11, 1-45). A chave de leitura deste episódio bíblico não é, nem pode ser, o facto real da ressurreição de Lázaro, mas o trajecto de conversão que Marta – irmã de Lázaro – faz até à ressurreição do seu irmão.


“O nosso olho é visto na pupila de outro olho” (Platão)

Esta belíssima expressão de Platão – “o nosso olho é visto na pupila de outro olho” – manifesta a mundividência e sagacidade do (enorme!) Platão (filósofo grego do século V/IV a.C.). Na sua perspectiva antropológica e filosófica, Platão ensina-nos que é o outro, particularmente aquele que me circunda e que maior intimidade tem comigo, que me revela, me faz descobrir e saber quem eu sou e o que dou a conhecer através das minhas atitudes, através dos meus olhos. Isto é belo! Parece que o outro se encontra junto a uma janela tapada com um cortinado.


“O nosso olho é visto na pupila de outro olho” (Platão?

Esta belíssima expressão de Platão – “o nosso olho é visto na pupila de outro olho” – manifesta a mundividência e sagacidade do (enorme!) Platão (filósofo grego do século V/IV a.C.). Na sua perspectiva antropológica e filosófica, Platão ensina-nos que é o outro, particularmente aquele que me circunda e que maior intimidade tem comigo, que me revela, me faz descobrir e saber quem eu sou e o que dou a conhecer através das minhas atitudes, através dos meus olhos. Isto é belo! Parece que o outro se encontra junto a uma janela tapada com um cortinado.


“O nosso olho é visto na pupila de outro olho” (Platão

Esta belíssima expressão de Platão – “o nosso olho é visto na pupila de outro olho” – manifesta a mundividência e sagacidade do (enorme!) Platão (filósofo grego do século V/IV a.C.). Na sua perspectiva antropológica e filosófica, Platão ensina-nos que é o outro, particularmente aquele que me circunda e que maior intimidade tem comigo, que me revela, me faz descobrir e saber quem eu sou e o que dou a conhecer através das minhas atitudes, através dos meus olhos. Isto é belo! Parece que o outro se encontra junto a uma janela tapada com um cortinado.


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