Pe. Manuel Ribeiro

Para a vida, levamos a vida que vivemos

o olhar de perto a vida e a história de Natanael – que depois viria a ter o nome de Bartolomeu (Santo e Apóstolo) – e a forma como Jesus o chama (ver atentamente o Evangelho de São João, capítulo 1, versículos 45-51), fez-me compreender que é sempre Deus que se dirige, em primeiríssimo lugar, a nós, desinstalando-nos da mediocridade das nossas existências e revelando-nos o que realmente somos e estamos destinados a ser. Por outras palavras, Deus olha-me, vê-me. Isto é perturbador! Vejam, Deus vai ao ponto de se diminuir para se tornar um par entre nós, um connosco e um para nós.


A cor da música é a cor da alma

(continuação da edição anteriro)
Na verdade, precisamos ser mais próximos, ser samaritanos de tantos e quantos vivem tombados na estrada da vida: vítimas da violência, do furto e do abandono premeditado e desumano, esquecidos na agonia, filhos da desistência de um mundo que não se compadece com o frágil e, infortunamente, não tem tempo para acolher e cuidar de quem vive completamente só e desamparado.


A cor da música é a cor da alma

Cantar é próprio da alma. Num tempo marcadamente festivo, com a música acompanhar os dias das vidas de cada um de nós, compreendemos a relação ôntica e umbilical da música com a alma. De facto, além dos múltiplos sons que unem o pluralismo e a diversidade numa harmonia desconcertante, a música tem igualmente cor uma vez que o som traz cor e luz à alma, à vida íntima da pessoa humana. Quantas vezes uma música não nos transporta para uma memória, para um encontro marcante e belo? A música aproxima-nos connosco mesmos, com os outros e com Deus Nosso Senhor.


Onde tens os pés, aí tens a tua cabeça!

É com este ditado popular que quero começar esta reflexão. Foi com imensa surpresa e agrado que conheci este ditado/adágio popular. Numa das minhas visitas aos idosos e mais frágeis da minha comunidade orante e paroquial, um senhor, um homem de coração grande e grande na sapiência inquietou-me (e perturbou-me, até!) com esta expressão: “onde tens os teus pés, aí tens a tua cabeça”.


Amar é guardar alguém no coração

Pudemos neste Tempo Pascal percorrer o caminho do Ressuscitado. N’Ele nos apercebemos que o amor implica, inevitavelmente, o acto de guardar, de guardar algo profundamente sagrado e de valor. Assim o disse Ele: “Quem Me ama guardará a minha palavra e meu Pai o amará; Nós viremos a ele e faremos nele a nossa morada. Quem Me não ama não guarda a minha palavra” (Jo 14, 23-24a).


“É tão só estar só no fim1”

A vida é mesmo uma ‘caixinha’ de surpresas! Deus, na sua infinita bondade e misericórdia, consegue sempre surpreender-nos. No Domingo da Misericórdia (II Domingo do Tempo Pascal, Ano C), antes da celebração da Santa Missa numa das minhas (muitas) comunidades vinha a escutar a música “Se houver um anjo da guarda” do Pedro Abrunhosa (do Álbum ‘Longe’, ano de 2009). Ficou-me na retina e na memória a forte e intensa expressão “é tão só estar só no fim”.


A lição do postigo

Talvez poucos de nós estarão habituados ao papel ou ao significado dos postigos. Estes integram as portas de todas as (nossas) antigas habitações. Felizmente, ainda podemos ver esta modalidade em muitas das antigas casas ou em casas que se encontrem em ruínas. Nelas – as portas – encontramos duas aberturas: a parte de cima da porta com o postigo (isto é, um abertura e forma de janela) e a porta propriamente dita. A abertura do postigo apenas deixa revelar a parte superior do peito e rosto, deixando ao critério do dono da casa a abertura da porta àquele a quem autenticamente confia.


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