Do desvalorizar ao não caso
á muitos anos que conheço a palavra desvalorizar. Mas parece-me que (e quase tenho a certeza), nestes muitos anos, sofreu uma alteração semântica de peso! E então, não há como tentar explicar.
á muitos anos que conheço a palavra desvalorizar. Mas parece-me que (e quase tenho a certeza), nestes muitos anos, sofreu uma alteração semântica de peso! E então, não há como tentar explicar.
Mulher, repara!
Fez-se noite de repente!
E a noite, maldosamente,
Aproveitou para esconder
O mal que te feriu no peito!
E porque a noite é de breu,
Não há forma, não há jeito
– Penso eu –
De encontrar
A dor que te fez chorar
E que, diabólica,
Em situação tão insólita,
Naquele momento,
Desapareceu com o vento!
(Continuação da edição anterior)
Não tardou muito que, na Terra, se viesse a saber daquela viagem. E porque mais se soube sobre a sua habitabilidade, logo os beligerantes, ansiosos pelos previsíveis conselhos do deus da guerra, servindo-se dos mesmos meios que o senhor Eleutério e família utilizaram, imediatamente se fizeram transportar para aquele tão desejado Planeta, com todas as suas máquinas de guerra, acompanhados por alguns exploradores que procuravam usufruir dos bens que ali iriam encontrar.
Cansado, descontente, infeliz e desiludido com a vida na Terra, o senhor Eleutério Valente resolveu procurar outras paragens, possivelmente noutro Planeta, de preferência Marte!
Desde criança que o senhor Eleutério vivia muito triste: filho da pobreza, num bairro degradado dos subúrbios de uma grande cidade, nem sequer beneficiava da luz e do calor do sol, pois as ruelas apenas lhe davam sombra e falta de ar.
Como é do conhecimento geral, o mundo encontra-se em grave e permanente ebulição.
Nesta já tão grande caminhada para quem se encontra acima dos oitenta e tal anos, não é surpresa o ambiente quase sempre de rejeição relativamente ao ano que acabou, assim como o de formular os melhores votos relativamente ao que chegou.
Estamos no primeiro de janeiro.
Um novo ano começa
Que sucede ao que passou.
É natural que aconteça,
Porque o tempo vai girando
Tal como sempre girou.
Anda no ar uma grande alegria. Decerto que, por isso, se aproxima um grande evento!
Esse grande evento mobiliza muitos milhões de crianças e adultos em todo o mundo,
É voz corrente que grande parte dos prisioneiros consideram que foram condenados sem motivo, para que lhes tenha sido subtraída a liberdade. E lá terão as suas razões.
Perante esta constatação, o que é que levará os atores a considerarem-se inocentes? Provavelmente porque neles o conceito de justiça diverge do da pessoa que proferiu a condenação.
Um velho amigo e vizinho que conheci há vários anos, infelizmente já falecido, com o qual ocasionalmente conversava à mesa do café, afirmava que lhe fazia muita confusão o facto de, nas casas que possuíam um espaçoso logradouro, em vez de o encherem com flores e relva (que até ficava bonito), o haviam de cultivar, evitando, assim, despesas que, como nalguns casos conhecidos, atrapalhavam um pouco o orçamento familiar.
Além de pragmático, era um indivíduo que pouco se comovia com histórias da carochinha e muito menos com conversa fiada.