A grande maioria dos Portugueses, não quer eleições antecipadas
Segundo uma sondagem publicada no dia anterior em que foi discutida a moção de confiança proposta pelo governo da AD para, segundo os seus proponentes, clarificar a situação política do país na sequência da crise despoletada pelas notícias vindas a lume sobre uma empresa de prestação de serviços de consultadoria fundada pelo dr. Luís Montalvão antes de assumir as funções de primeiro ministro do governo minoritário da AD, resultante das eleições legislativas de março de 2024, reparem bem nestes números, 7 em cada 10, 70 em cada 100, 700 em cada mil e 700.000 em cada milhão de portugueses, rejeitam liminarmente a hipótese de eleições antecipadas.
Analisando os resultados região por região, curiosamente, foi na região de Lisboa que se registou a maior percentagem, a rondar os trinta por cento, dos que defenderam a realização de eleições antecipadas.
Por mais que alguém tente desvalorizar o valor das sondagens e manipulá-las para as interpretar de acordo com os seus interesses e as suas espectativas, no caso da sondagem em apreço, a mensagem transmitida pela linguagem dos números é tão clara que, mais ponto menos ponto entre os valores apurados, não deixa qualquer dúvida sobre a clareza da vontade expressa pela esmagadora maioria dos inquiridos no resto do país.
As diferenças apuradas são tão grandes e tão claras, que não deixam qualquer margem de manobra a todos aqueles que no futuro, sem qualquer espécie de demagogia, tenham de tomar as decisões que vão de encontro à vontade das pessoas e aos reais interesses das maiorias.
Da mesma forma que isto é a democracia a funcionar em todo o seu esplendor, o seu contrário poderá ser tudo menos democracia.
Em sintonia com as opiniões colhidas nesta sondagem, a comunicação social fez-se eco de muitas opiniões sobre este assunto, colhidas nos mais diversos quadrantes culturais, sociais, políticos, económicos e outros, alertando:
- Para a inoportunidade, a inutilidade, os perigos para a democracia e os elevados custos, diretos e indiretos, para o todo país, motivados por novas eleições legislativas, tão pouco tempo depois das realizadas em março do ano passado;
- Para a fortíssima hipótese de a abstenção, motivada pelo cansaço e pela descredibilização dos partidos políticos correr o risco de atingir números astronómicos nunca vistos nem sonhados,
- O perigo, não despiciendo, duma maior fragmentação da correlação de forças no parlamento, ficando sem a possibilidade de viabilizar um qualquer governo, via aberta para a realização de eleições atrás de eleições.
Depois do espetáculo asqueroso de tragicomédia montado no parlamento e transmitido em direto para todo o país, perante tudo o que estava em causa, não há como não perguntar às mais de duas centenas e meia de realizadores, encenadores e atores se, no interesse exclusivo das pessoas que os elegeram e os sustentam era assim tão difícil terem feito o acordo que o país precisava e as pessoas mereciam ?
Continuem assim e depois queixem-se. Entenderam?