Bragança

Entidade para a Transparência considera “inverosímil” que Hernâni Dias tenha contactado o organismo antes de criar a imobiliária

Publicado por Glória Lopes em Ter, 03/11/2025 - 16:13

A presidente da Entidade para a Transparência (EtP) disse esta terça-feira que “é inverosímil” que o ex-secretário de Estado Hernâni Dias tenha contactado este organismo antes de criar uma imobiliária, durante uma audição na comissão parlamentar de Poder Local, que teve lugar no Parlamento.
Ana Raquel Moniz acrescentou que uma funcionária se queixou de ter sido pressionada pelo ex-governante e antigo presidente da Câmara de Bragança.
A comissão parlamentar de Poder Local, requerida pelo Chega, Ana Raquel Moniz considerou “altamente improvável” a versão de Hernâni Dias, segundo a qual terá recebido o aval, por contacto telefónico, daquela para criar duas sociedades imobiliárias, depois de ter tomado posse como membro do governo, cuja divulgação pública estão na origem da sua demissão do cargo de secretário de Estado.
Segundo Ana Raquel Moniz Hernâni Dias constituiu a primeira sociedade imobiliária em 28 de outubro de 2024 e a técnica superior da EtP encarregada de verificar a declaração única só foi atribuída a 11 de novembro. “Quer dizer que, até esse momento, o titular não sabe qual é a técnica superior que lhe vai fazer as verificações. Portanto, antes de 28 de outubro, era impossível, era altamente improvável que o ex-secretário de Estado conseguisse saber quem era a técnica superior que iria fazer a sua verificação para lhe poder perguntar se poderia ou não constituir as sociedades”, explicou a presidente da EtP.
Hernâni Dias manteve a versão de que contactou aquele organismo por telefone em três ocasiões, garantindo que agiu “com boa-fé” e que considera que a técnica “também o fez”, porque nos contatos “estabeleceu [com ela] uma relação de confiança.
O atual deputado do PSD afirmou que com toda esta questão aprendeu que doravante “vai pedir toda a informação por escrito à EtP”.
O ex-secretário de Estado afirmou ainda que não declarou a segunda sociedade imobiliária “porque não estava diretamente envolvido, porque quem está é a primeira empresa”.

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