A opinião de ...

Solenidades, festas e, memórias, da Virgem Maria

O Papa, São Paulo VI, com o Motu Próprio Mistério Pascal, de14 de fevereiro de 1969, restaura o ano litúrgico, na linha dos ensinamentos do Concílio Vaticano II [SC. 102 a 111], clarificando o mistério pascal de Cristo, tanto na organização do Próprio do Tempo e dos Santos, como na revisão do Calendário Romano. No n.º 2 esclarece que “as festas da Virgem Maria, unida por laço indissolúvel à obra de seu Filho, não se opõem de modo algum à celebração do mistério de Cristo”, embora tenham sido objeto de particular revisão. 

Suprimiu-se do calendário litúrgico: as sete dores de Maria, por corresponder a Nossa Senhora das Dores, 15 de setembro, a maternidade de Maria, uma vez que já se celebra o dia de Santa Maria Mãe de Deus, 1º de janeiro e, deixou-se ainda cair a festa de Nossa Senhora das Mercês.

Alteraram-se datas e comemorações: a Visitação de Nossa Senhora, celebrava-se a 2 de julho, passou a celebrar-se a 31 de maio, a Virgem Santa Maria, Rainha, celebrava-se a 31 de maio, passou a celebrar-se a 22 de agosto e, o Imaculado Coração de Maria, celebrava-se a 22 de agosto, passou a celebrar-se sábado após o Sagrado Coração de Jesus.
Segundo a importância que lhes é atribuída, as celebrações distinguemse e são denominadas como solenidade, festa e, memória. A solenidade “acentua com o máximo grau litúrgico as principais verdades dogmáticas que se referem à humilde Serva do Senhor”. São quatro as solenidades marianas no ano litúrgico: Santa Maria Mãe de Deus, 1º dia de janeiro, a Anunciação do Senhor, 25 de março, a Assunção da Virgem Santa Maria, 15 de agosto, a Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria, 8 de dezembro. O principal dia de festa para o cristão é o domingo, neste dia a Igreja celebra o mistério pascal todos os oito dias, evocando assim a centralidade do Ressuscitado na vida da Igreja e da humanidade, tendo todas as festas como ponto central a Eucaristia. A Festa da Virgem Maria é também ela uma celebração que comemora eventos salvíficos, em que Maria esteve estreitamente unida a seu Filho. A festa da Apresentação do Senhor, 2 de fevereiro, a Visitação de Nossa Senhora, 31 de maio, a Natividade da Virgem Santa Maria, 8 de setembro. As Memórias, ou festas de devoção, celebram apenas um aspeto de um acontecimento do Mistério da Salvação, ou um título da Virgem Maria. Há nove memórias marianas, seis obrigatórias e três facultativas. São obrigatórias, a Bem-aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja, a celebrar todos os anos na Segunda-feira depois de Pentecostes, Nossa Senhora do Carmo, 16 de julho, a Virgem Santa Maria, Rainha, 22 de agosto, Nossa Senhora das Dores, 15 de setembro, Nossa Senhora do Rosário, 7 de outubro, a Apresentação de Nossa Senhora, 21 de novembro. São facultativas, o Coração Imaculado de Maria, sábado após a solenidade do Sagrado Coração de Jesus, a Dedicação da Basílica de Sta. Maria Maior, 5 de agosto e, o Santíssimo Nome de Maria, 12 de setembro.

Continua o Papa Paulo VI: “o Calendário romano geral não regista todas as celebrações de conteúdo mariano: é aos calendários particulares que compete recolher, com fidelidade as normas litúrgicas mas também com cordial adesão, as festas marianas próprias das diversas Igrejas locais”.

A designação das solenidades, festas e, memórias da Virgem Maria, as suas datas e, comemorações conferi-as pelo Diretório Litúrgico, do Secretariado Nacional de Liturgia, 2019. Uma vez que “hoje, a Liturgia para o nome de ‘Nossa Senhora’ traduz por ‘Virgem Santa Maria’ ou ‘Bem-Aventurada Virgem Maria’, por motivos do diálogo ecuménico”, seria interessante que o Diretório tivesse isto mais em conta.

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