A opinião de ...

Um Olhar Atento à Esquerda do País…!

Há cerca de 2 anos, a 25 de novembro de 2015, entrava em cena o XXI Governo Constitucional, alicerçado numa inédita coligação entre o PS, BE e CDU, à qual, num célebre discurso político, o Dr. Paulo Portas, o então líder do CDS-PP, apelidou de “Geringonça”, rótulo que perdura até aos dias de hoje e que ficará, certamente, eternizado na história da política portuguesa.
Apesar de alguns sinais positivos de retoma, o “cheirum” da TROIKA ainda tresandava um pouco por todo lado e o país continuava mergulhado numa crise económica, financeira e social.
No entanto, pela narrativa da esquerda, uma boa nova se anunciava! Nos dias seguintes à tomada de posse do novo elenco governativo, aproveitando o nevoeiro que cobria Portugal, até então com resquícios de direita, o recém-chegado Primeiro-ministro, encarnando a figura de D. Sebastião, deu rosto ao mito do “Sebastianismo”, na tentativa de concretizar a profecia de “Salvador da Pátria”, para afastar o país dos malefícios liberais. Tal como o 16.º rei de Portugal, o Sr. Primeiro-ministro passou a ser cognominado de “O Desejado” - pelo povo português e de “O Encoberto” – pela capa da esquerda. Emergia o “Costismo”!
Era o foguetório perfeito! Paulatinamente, os portugueses voltavam a coçar a barriga, diminuía o consumo de antidepressivos e a crise convertia-se em retoma, revitalizando os sinais vitais do país.
Afinal, a esquerda até tinha razão, havia dinheiro para repor os salários, para aumentar as pensões e para mais uma alegada série de benesses. As pessoas criaram a ilusão que tinham mais dinheiro no bolso, os mercados muscularam-se, permitindo subir o nosso rating e sair da condição miserável de “Lixo”. Tudo à lá gardére!!
Ma-ra-vi-lho-so!! Deixámos de ser tóxicos!! Portugal passou a ser um país tão abençoado que até se dava ao luxo, vejam lá, de contar com dois Cristianos Ronaldos, um no Futebol e outro nas Finanças.
Todavia, o pulso de um Governo e de um verdadeiro líder não se mede e avalia, apenas, quando tudo está a correr, aparentemente, às mil maravilhas. Não obstante ao que de mais positivo aconteceu nos últimos 2 anos, o Sr. Primeiro-ministro viria a revelar que, afinal, não tinha perfil de Martin Luther King, nem silhueta para exercer tão nobre cargo.
Fazendo uma breve retrospetiva dos acontecimentos que marcaram a história recente do nosso país, tivemos conhecimento, por exemplo, que este Governo tinha cativado mais de 900 milhões de euros durante 2016, sem sabermos muito bem onde e como! Hoje, pelos piores motivos, percebemos que os cortes terão sido feitos em áreas como a Proteção Civil e na própria Saúde, com a retenção de, pelo menos, 5 milhões de euros destinados, desde 2015, para o IPO de Lisboa. Depois, veio o roubo de Tancos que mais parecia um triste filme de comédia, à boa maneira Britânica.
Posteriormente, chegaram os incêndios florestais que devastaram o país, e o Sr. Primeiro-ministro, em vez de ser proativo, preferiu deixar o Governo e o país a arder e foi para Espanha, “queimar-se” com o sol de Mallorca. E já nem falo da ex. Ministra, para não cair na deselegância de incomodar as pessoas nas férias.
Noutros vetores essenciais, verificamos que, no fim de contas, a nossa economia não está assim tão sólida, com as taxas de poupança em mínimos históricos, as importações a aumentar e a nossa dívida pública a bater recordes do Guiness.
Analisando também as propostas para o novo Orçamento de Estado, vemos que servem, uma vez mais, apenas os interesses mesquinhos da esquerda “Pilatiana”. Vale tudo para assegurar uma falsa paz social!
Pelos sinais, teremos mais um Orçamento que continua a olhar apenas para o presente, sem reformas estruturais em áreas sensíveis como na Segurança Social, Defesa e/ou na Saúde, sustentado, sem sustentabilidade, numa política com tiques salazarianos, na tentativa de manipulação da Função Pública e fustigação do setor privado com mais impostos. Um Governo que consegue ultrapassar os limites da decência, ao querer desviar fundos estruturais das Zonas de Convergência (interior) para o Litoral, mais de mil milhões de euros. Inacreditável!
Concluindo, o Sr. Primeiro-ministro mostrou que só podemos contar com ele para os dias de festa, pois, sempre que foi necessário tomar decisões, dar a cara e assumir responsabilidades, é incapaz de o fazer…esfuma-se! Que se lixem as ideologias e os interesses partidários e populistas, o Povo Português necessita de uma classe Política séria e responsável, não de “geringonças moribundas”, nem de “catedráticos em maquilhagem”. É necessário saber dizer NÃO à esquizofrenia Política, porque a vida “Costa” e nem tudo o que reluz é ouro!

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