Jorge Novo

Sentir Portugal

De entre os sentimentos de quem, por algum motivo, teve de ir viver para o estrangeiro, talvez o mais assinalável que nutre, em si se desenvolve e que não cabalmente consegue explicar, é o de sentir Portugal.
Talvez cada um de nós, de alguma forma, já o sentiu quando esteve mais do que uns dias fora do nosso país.
Contudo, este sentir Portugal é ainda assim muito diferente do que sente quem aqui vive, permanentemente, e apenas se ausenta por uns dias deste solo pátrio.


Férias das férias

Sabemos, de acordo com a perspetiva cristã, que Deus vive e está em todo o lado e não tira férias, mas trabalhou e descansou da sua obra da Criação!
O Homem, não sendo Deus, precisa de descansar. Por tal, havendo a possibilidade de gozar férias, estas podem ser vividas não como cumprimento de um qualquer “pacote” pré-elaborado e adquirido, sabe-se Deus às vezes com quanta especulação associada, como um parêntesis da vida, mas antes como uma oportunidade de crescimento, de viver a tranquilidade do coração.


O Interior a rezar

Tão aterradora e devastadora tem sido esta temporada estival de incêndios para os ecossistemas e, sobretudo, para a vida nos seus diferentes tipos e vertentes que, muitas vezes, à míngua de meios de combate, o que resta é rezar.
Deus, sensível e magnânimo, certamente, não deixará de fazer a sua parte. Contudo, sabemo-lo bem, o grande quinhão de responsabilidade é de outra ordem, mais terrena.


Regionalização, Municipalização e Competências

De modo enfático e bastante mediatizado, no final do Congresso nacional do PSD, foi dada a conhecer a estratégia política advogada pelo seu Presidente, relativamente à criação de Regiões Administrativas que é a de oposição, inclusive ao anunciado Referendo.
Nestes termos e com esta clareza cristalina remete o PSD para uma posição que a alguns autarcas laranjas não deixou de surpreender e, de alguma forma, lhes criar alguns engulhos e a outros, presumivelmente, diria que semeou o desejo da esperança de que venha a alterar-se.


As eleições no PSD

Vai a votos o PSD, no próximo sábado, em diretas, para escolher o sucessor de Rui Rio e a restante liderança. Mais uma vez. Desde há quase uma década que o PSD não tem vivido tempos de paz.

Não só pelos sucessivos desaires eleitorais, sendo estes, uma das principais causas para os tempos conturbados, mas também porque tem havido demasiadas disputas pelo poder entre quem foi liderando e os que se apresentam com ambição de liderar, onde nem sempre a lealdade imperou.


Apicultura a Património da Humanidade

Há dias, em leitura do ABC, jornal do país vizinho, deparei-me com esta ideia, proposta por um apicultor, biólogo e veterinário do Município de Valência (Espanha), chamado Enrique Simó Zaragoza, que já reuniu mais de 80 mil assinaturas.
Entre tantas iniciativas de candidaturas, em múltiplos domínios, inclusive do Município de Bragança, atendendo à substância e alcance que uma candidatura como esta, a ser aprovada, poderia representar para o nosso território, não me parecia despiciendo que, pelo menos, merecesse atenção dos nossos autarcas.


O trabalho como oportunidade

Creio que, por cada um de nós, uma grande parte do sentido da vida é atribuído ao trabalho.
Este adquire assim uma importância decisiva na realização pessoal, não só porque nos confere, pela remuneração que se espera justa, os rendimentos que nos permitam viver de forma digna, mas também porque nos faz sentir úteis e vinculados ao desenvolvimento da comunidade onde estamos inseridos e sermos respeitados por isso.


A solidão do Crucificado

Sempre me impressionou a Sexta-feira Santa. Desde criança. Faz-me sentir profundamente triste, não só pelo suplício da crucifixão, mas sobretudo pela desapontante solidão humana de Jesus Cristo.
Revivendo a grande narrativa que Lucas apresenta, proclamada ainda neste Domingo de Ramos, não deixa de me fazer pensar como, depois de uma Última Ceia, de convívio e celebração e de gestos tão significativos do poder do Amor, apenas Pedro seguiu Jesus “de longe” e depois de O negar, desapareceu!


Fazer frente aos amigos

Após quase dois anos de vida “entre parêntesis” e face aos nefastos acontecimentos que se observam no mundo de hoje, com epicentro na Ucrânia e sequelas que se repercutem na nossa existência, parafraseando aquele que é um dos mais famosos romances de John Steinbeck, parece que depois de um inverno do nosso descontentamento, a primavera não dealba de maneira distinta.
Quando a vida é difícil e a sensação de frustração ronda por perto, há descontentamento.


Assinaturas MDB