XÔ MOSCA
– Há uma inundação nos peixes...
– Nos peixes!? Isso é grave... O que é que a provocou?
– Foram os restos da comida das moscas...
– ...?
– Há uma inundação nos peixes...
– Nos peixes!? Isso é grave... O que é que a provocou?
– Foram os restos da comida das moscas...
– ...?
– Há uma inundação nos peixes...
– Nos peixes!? Isso é grave... O que é que a provocou?
– Foram os restos da comida das moscas...
– ...?
Escrever sobre Ernesto Rodrigues é sempre um desafio enorme criador de dois tipos de emoções diversas. A primeira traduz-se no prazer de revisitar e estacar uma velha amizade como recomenda Miguel Torga. O problema está na segunda que num ápice põe a descoberto a dificuldade em opinar sobre um autor com o relevo, a cultura e a complexidade como a deste mirandelense de Torre de Dona Chama. A sua escrita aberta, labiríntica e assumidamente de várias interpretações pessoais facilmente inibe quem, como eu, tem falta de conhecimento e recursos para a analisar devida e fundamentadamente.
É comum ouvir-se que há livros que mudaram o mundo. Haverá. Sinto-me incompetente para validar tal afirmação. Mas há, disso tenho a certeza absoluta, livros que mudaram a forma como vemos o mundo. O Messias do beirão Carlos Carvalheira em boa hora editado na Lema d’Origem pela sapiente mão do António Sá Gué é, seguramente, um livro que nos abre as portas a uma nova visão sobre o Nordeste, em geral e do Vale da Vilariça, em particular. Uma visão entre o belo e o terrível, entre o perfeito e o medonho. Nunca mais verei a minha terra da mesma forma como antes a via.
Juntamente com o Douro, o Sabor e o Tua são os rios que marcaram, tal como a muitos nordestinos da minha geração, a minha juventude. Não só por eles, mas igualmente pelas linhas de caminho-de-ferro associadas. Nessa altura ainda circulavam em todas elas, composições com vagões de mercadorias e de passageiros, com bancos de madeira, puxadas por possantes e exuberantes locomotivas a vapor.
Quando este texto for publicado, supostamente, o leitor já saberá se foram ou não aplicadas sanções a Portugal por causa do déficit excessivo. Quando o escrevo ainda não sei. Espero que Portugal não seja ainda mais penalizado depois do doloroso programa de reformas e austeridade a que eufemisticamente se decidiu apelidar de ajustamento. Só por si deveria ser suficiente para afastar de vez qualquer intenção sancionatória. Mesmo que isso seja, de certa forma, contrário à letra dos regulamentos tirando-lhes, aparentemente, credibilidade. Aparentemente.
Este sábado, dia 2 de julho de 2016 morreu Elias Wiesel. Elie foi um incansáel defensor dos direitos humanos denunciando o racismo e a violência por todo o mundo. Vítima do genocídio que o regime nazi levou a cabo na primeira metade deste século, esteve em dois campos de concentração onde perdeu a irmã, a mãe e o pai. Através dos seus livros deu-nos a conhecer os horrores cometidos pelo regime germânico antes e durante a II guerra mundial. Era seu intento divulgar e dar a conhecer para que não se repitam atos que a todos chocam e envergonham.
Ficou célebre o quadro de Ricardo Araújo Pereira e José Diogo Quintela fazendo de Marcelo Rebelo de Sousa e de uma jovem de Cascais “conversando” sobre o referendo ao aborto, mostrando, por redução ao absurdo que uma imposição legal que não tivesse consequências facilmente cairia no ridículo e facilmente seria desrespeitada. Se há uma norma mandatória e que se pretende que seja observada se nada acontecer a quem a não abservar, facilmente deixará de ter qualquer eficácia.
A propósito da polémica entre o ensino público e privado e dos famosos contratos de associação já muita tinta correu e muita mais, aposto, correrá, voltando a emergir na opinião pública logo que a febre do euro 2016 tenha passado.