A opinião de ...

Covid-19, do pesadelo ao raiar duma nova esperança

Nos tempos de menino e moço, quando no então “nosso querido torrão lusitano” ainda se ensinava e aprendia o “português de Portugal”, no estudo da morfologia gramatical, aprendia-se que as conjunções eram “partículas que ligavam duas orações ou partes coordenadas da mesma oração”. Lembro-me que na categoria das “conjunções subordinativas condicionais”, aparecia, logo em primeiro lugar, a conjunção “SE” a qual, não obstante ser formada só por duas letras ,neste complicado contexto de pandemia em que vivemos há quase um ano, e quase sem se dar por ela, se tornou numa das palavras mais condicionadoras da vida de toda a humanidade, cujo futuro coletivo, nunca como agora, fora confrontado com a necessidade imperiosa de, depressa e bem, encontrar soluções capazes para muitos dos angustiantes “SES”, com que é confrontada a cada dia que passa.
Voltando, mais uma vez, à situação atual da pandemia COVID-19 em que nos encontramos, agora que, segundo os dados publicados pela DGS, tudo parece indicar que o pico da tormenta já terá passado e, ainda que não comprovadamente, por influência direta do confinamento e do início da vacinação, começam a manifestar-se sinais claros e sustentados de alguma melhoria, se tudo continuar como nas duas últimas semanas, é espectável que, finalmente, já possamos estar no raiar de uma nova e reconfortante esperança.
Agora que, como nunca, temos nas mãos a possibilidade de contribuir positivamente para potenciar esse sucesso que se divisa no horizonte, a obrigação e a responsabilidade de evitar tudo o que possa desencadear um novo retrocesso, de consequências ainda mais devastadoras, temos de interiorizar que, se não formos nós a fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para nos salvarmos, (mas faze-lo voluntariamente e não por sermos obrigados), muito dificilmente serão os outros a fazê-lo.
Porque o tempo nunca se repete e esta poderá ser a última e grande oportunidade de ultrapassar todos estes “SES” que nos condicionam, sem nunca esquecer os muitos erros, as falhas indesculpáveis, as muitas decisões fora de tempo e as atitudes incompreensíveis, (e isto para ser meiguinho e não dizer as muitas calinadas, asneiras e irresponsabilidades), sobretudo dos responsáveis políticos, mas também das instituições e de cada um de nós, corresponsáveis porque, depois de um ano quase perdido na luta contra o pandemia, continuamos nesta situação calamitosa de quase descalabro, cada vez mais longe de ser controlado, que nos relegou para o lote dos piores países do mundo a lidar com ela e acabou por chamar para nós a atenção de alguns dos países ditos nossos amigos os quais, mais por compaixão do que por amizade e solidariedade, começam a brindar-nos com a caridadezinha da sua“ ajuda possível”, talvez ignorando que, por mais generosas que elas sejam, “só com esmolas nunca se consegue fazer um almoço”.
Mesmo assim, como pessoas educadas que prezamos ser, desejamos que sejam bem vindos à nossa terra e, de coração, para todos o nosso sincero MUITO OBRIGADO.

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3820

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