A Dona Alegria
Vestia e pintava-se dentro do colorido mexicano – verde, amarelo, vermelho –, por isso, a sua figura excêntrica a considero digna de figurar num quadro de outra magnificente extravagante mulher, a pintora de sobrancelhas cabeludas Frida Kahlo. A Dona Alegria não fazia mal a uma mosca que aterra-se no seu rosto carregado de pós-de-arroz, rouge e tinta preta nos sobrolhos. Às vezes desandava da cidade indo para a casa do irmão, em Lisboa, o discreto general Neto, figura da corte salazarista.