zequiel nasceu no Portugal interior, longe do mar, numa aldeia enterrada em vale profundo, escondida de tudo e de todos, bem por detrás do Marão, no nordeste transmontano, nas fraldas da imponente Serra de Bornes.
A opinião de ...
A pandemia e a guerra na Ucrânia vieram obrigar-nos a lidar quotidianamente com o tema da morte nestes últimos tempos.
Obviamente, a morte esteve sempre presente à nossa volta, já que a finitude é uma condição inexorável do ser humano, mas a consciência da mesma vai flutuando em função dos momentos da vida.
Sempre me impressionou a Sexta-feira Santa. Desde criança. Faz-me sentir profundamente triste, não só pelo suplício da crucifixão, mas sobretudo pela desapontante solidão humana de Jesus Cristo.
Revivendo a grande narrativa que Lucas apresenta, proclamada ainda neste Domingo de Ramos, não deixa de me fazer pensar como, depois de uma Última Ceia, de convívio e celebração e de gestos tão significativos do poder do Amor, apenas Pedro seguiu Jesus “de longe” e depois de O negar, desapareceu!
“Dois milhões de crianças abandonaram a Ucrânia devida à guerra”
“Mães ucranianas escrevem nas costas dos seus filhos pedindo que sejam ajudados caso fiquem sozinhos”
“Foi assustador levantar-me de noite para proteger com o meu corpo o meu filho de sete anos, para que, se acontecesse alguma coisa, me acontecesse a mim e não a ele”
“Na Ucrânia já morreram mais de 1 800 civis e 180 crianças”
“Mais de 1200 corpos descobertos nos arredores de Kiev depois da saída dos russos, muitos dos quais eram de crianças”
Talvez poucos de nós estarão habituados ao papel ou ao significado dos postigos. Estes integram as portas de todas as (nossas) antigas habitações. Felizmente, ainda podemos ver esta modalidade em muitas das antigas casas ou em casas que se encontrem em ruínas. Nelas – as portas – encontramos duas aberturas: a parte de cima da porta com o postigo (isto é, um abertura e forma de janela) e a porta propriamente dita. A abertura do postigo apenas deixa revelar a parte superior do peito e rosto, deixando ao critério do dono da casa a abertura da porta àquele a quem autenticamente confia.
Para os Cristãos, aproxima-se o mais importante período do ano, o da Páscoa. É aquele domingo em que se assinala a Ressurreição de Cristo, o triunfo da vida perante a morte, fundamento da nossa Fé.
O termo Páscoa no idioma português deriva dos termos “Pesach”, do hebraico; “Pascha”, do latim; e “Paskha”, do grego.
O nosso desespero, face às circunstâncias que afetam a sociedade de hoje, é motivado pela existência quase permanente de guerras e suas misérias humanas, apenas parcialmente minoradas pela solidariedade de alguns estados, instituições e pessoas. Atrevo-me a lembrar o que escreveu o filósofo inglês Thomas More (séc. XVI) (guilhotinado por não concordar com Henrique VIII que se transformou no chefe da igreja anglicana) na obra “Utopia”, falando acerca de guerras com o seu interlocutor Rafael: «Consideremos o que se passa dia a dia em volta de nós.
Ícone da revolta militar que depôs o regime do Estado Novo, foi oficial de Cavalaria formado na Academia Militar e combatente da Guerra de África, no teatro de operações de Moçambique (1967-69) e da Guiné (1971-73). Se na primeira missão vinca a assertividade da arte de bem comandar, na seguinte sente o desencanto com a questão ultramarina. Em dezembro de 1973, colocado na Escola Prática de Cavalaria (EPC), em Santarém, envolve-se no «Movimento dos Capitães», depois das Forças Armadas (MFA).
Senhor Deputado Jerónimo de Sousa
Quem lhe escreve é alguém que nunca conheceu ou viveu em nenhuma das guerras mundiais. O que sabe delas é aquilo que a história trouxe até hoje.
É alguém que tem respeito por tudo e por todos. E, por isso, também pelos mais velhos.
O senhor tem a idade próxima da que teria o meu pai se fosse vivo.
O senhor poderá ter filhos próximos da idade que eu tenho.
E, naturalmente, terá netos como eu poderia ter.
Mal foi iniciada a invasão da Ucrânia pelas tropas de Moscovo, não restou qualquer dúvida de que seria muito difícil, se não mesmo impossível, prever a sua duração, quantificar os danos e criar as condições indispensáveis para proceder à sua reparação, identificar e culpabilizar os responsáveis por esta tragédia dantesca que se abateu sobre este país, situação que, como tudo indica, corre o risco de se eternizar, perpetuando por muito tempo o sofrimento dos milhões de vítimas que, direta ou indiretamente, foram atingidas por ela.
1. Estamos perante uma guerra, cujos contornos e natureza não me atrevo a qualificar. Servindo-me de repórteres no terreno, de comentadores com conhecimentos sobre guerra, designadamente militares, estarei tentado a afirmar simplesmente que há uma invasão de um país por outro, por razões da chamada “geoestratégia política” – tese de que me confesso adversário.
Quem teve a oportunidade de acompanhar as transformações que aconteceram neste país, desde meados do século XX até hoje, poderá pensar, com natural constatação e compreensível admiração, que teve a oportunidade de viver em dois mundos antagónicos: o mundo da família estruturada e o mundo da família desestruturada, bem como o mundo do interior e o mundo dos subúrbios das grandes cidades, nomeadamente do litoral.
No cinzentismo habitual da tomada de posse do vigésimo terceiro governo constitucional, Marcelo Rebelo de Sousa, provavelmente com saudades dos tempos em que, na direção do jornal Expresso se celebrizava como criador de factos políticos, resolveu agitar as águas.
A DECO, preocupada com a exclusão de grupos de consumidores, nomeadamente idosos, populações rurais e do interior, defende a proteção do consumidor vulnerável para que o processo de digitalização da banca não deixe ninguém para trás.
A transformação do setor bancário, acelerada pela Pandemia e pela concorrência dos novos operadores de mercado (fintech), tem levado ao encerramento de balcões, agências e “caixas automáticos”, nomeadamente ATM, e ao incremento da cobrança de comissões aos clientes.
No editorial de 24 de Março o Director deste jornal abordou ao de leve a composição do novo governo, acertando em cheio na alvo no que às saídas de ajudantes de ministros (secretários de Estado) de catadura nordestina. Parabéns pelo acerto.
Ficou Isabel Ferreira nessa grelha governativa, Jorge Gomes retirou as luvas de deputado, a política em Bragança ganha apuro de caldos no futuro, pois também na oposição (leia-se PSD) a sopa está grossa, a ferver lentamente, até regurgitar e saltar a tampa da panela.
Longe vão os tempos em que se ouvia comentar:
" - Ó compadre, viste que o Homem chegou à Lua? É verdade porque li no jornal".
Hoje em dia, assiste-se a uma crescente e preocupante iliteracia para os media, com as novas gerações a resistirem cada vez mais ao apelo do papel.
Não só ao papel dos jornais mas de tudo o que seja analógico, como livros, revistas...
De chão barrento por aqui dominou a telha e o tijolo, vermelhos. Resta apenas a grandiosa chaminé, agarrada ao forno vulcânico, símbolos industriais onde o carvão foi rei.
Primeiro: não sou jornalista; somente um cronista de assuntos de que detenho algum conhecimento. Mérito terei se a tanto me confinar. No entanto, ferem-se-me os ouvidos e os olhos ao ler e ouvir e ver relatos da guerra em que alguns jornalistas pretendem, sem qualquer disfarce, fazer história à sua maneira, ou à maneira de quem os manda para o terreno. Ora, o jornalismo de guerra assume as mesmas caraterísticas de qualquer outra forma de jornalismo, acrescidas de riscos físicos que os jornalistas / correspondentes no terreno correm.
Terminou em 24 de Março o processo das Eleições Legislativas de 30 de Janeiro de 2022. O atraso ficou a dever-se à impugnação dos votos dos emigrantes na Europa em cujo apuramento de resultados foram cometidas irregularidades graves, consequência de um acordo informal, mas ilegal, por parte dos partidos envolvidos, acordo que o PSD, sentindo-se prejudicado nos resultados, já depois da contagem, não respeitou, impugnando o apuramento de votos perante o Tribunal Constitucional.
Após quase dois anos de vida “entre parêntesis” e face aos nefastos acontecimentos que se observam no mundo de hoje, com epicentro na Ucrânia e sequelas que se repercutem na nossa existência, parafraseando aquele que é um dos mais famosos romances de John Steinbeck, parece que depois de um inverno do nosso descontentamento, a primavera não dealba de maneira distinta.
Quando a vida é difícil e a sensação de frustração ronda por perto, há descontentamento.