A opinião de ...

E governar, não?

Os últimos dias têm sido de grande entretenimento para o país, com TAPas e desTAPas sobre o que se passou em torno da demissão de vários elementos de topo da transportadora aérea portuguesa.
Os golpes palacianos chegaram às mais altas instâncias da Nação, com o Primeiro Ministro a recusar deixar cair um dos seus ministros, contra a vontade, e desagrado público, do Presidente da República.
Não faltaram horas de comentários, notícias, reações, diretos das televisões à porta da casa do Presidente da República que nada acrescentaram...
Enquanto isso, parte do país seguia, embevecido, cada novo capítulo da novela.
A outra parte segue com as suas vidas, enfadada com tanto tempo perdido em gritaria e tão pouco tempo gasto em governação.
O país prepara-se para enfrentar, pelo segundo ano consecutivo, uma seca aguda, que ameaça, numa primeira medida, afetar algumas das produções agrícolas mais importantes para a economia da região (castanha e azeite), para além das hortícolas, que muitos dos transmontanos cultivam em suas casas ou nas suas aldeias e são uma lufada de ar fresco para a economia familiar.
Logo a seguir, persistindo, como se prevê, a seca ameaça com o abastecimento de água às populações, sobretudo no meio rural, no distrito de Bragança.
Vários concelhos aderiram ao programa de ajudas do Governo para a aquisição de veículos de transporte de água, como Vimioso, Mogadouro ou Vinhais. Bragança também aderiu mas a entrega está bastante atrasada e pode nem chegar a tempo do período crítico.
Também os projetos para novas barragens na região, para regadio e abastecimento de água às populações, continuam emperradas. Talvez se fossem para produção elétrica as decisões fossem mais céleres...
O que é certo é que a realidade não para apesar do aparato mediático e político na corte.
Com um governo eleito há pouco mais de um ano, com maioria absoluta, os portugueses esperam ser governados, não que as mais altas instâncias da Nação andem a perder tempo com tricas.
O próprio António Costa parece estar cansado de todas as semanas ver o Presidente da República questionado sobre a possível dissolução do Parlamento.
Para quem tanto acusou o PS de ganhar na secretaria, em 2015, depois de o PSD ter sido o partido mais votado (ainda que sem maioria), deitar abaixo um governo maioritário um ano depois das eleições não pode ser um assunto tão leviano.
E Marcelo sabe disso.
Maus Governos há sempre. Por isso é que as eleições são de quatro em quatro anos, para o povo se poder livrar deles...

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