Nordeste Transmontano

Sem casamentos nem batizados, empresários do setor fazem contas à vida e procuram alternativas

Publicado por António G. Rodrigues/Francisco Pinto em Qui, 2020-08-27 15:08

“De quanto foi a quebra? Ora, se não fiz nenhum serviço este ano, foi de cem por cento.” A resposta do empresário brigantino Nuno Machado, do ramo da restauração, espelha bem o cenário que se vive num setor que no verão suportava a sua faturação em eventos, sobretudo casamentos e batizados, que este ano tiveram uma travagem a fundo.

Só na cidade de Bragança e segundo dados gentilmente fornecidos ao Mensageiro de Bragança pelo Cartório Paroquial da Sé, a redução, nalguns casos, foi superior a dez vezes.

Por exemplo, ao longo de todo o ano de 2020, e até ao dia 22 de agosto (passado sábado), tinham sido realizados três casamentos católicos e 14 batizados. No mesmo período do ano passado (2019), já tinham sido realizados oito casamentos e 112 batizados nos oito primeiros meses do ano (até 22 de agosto).

Se forem tidos em linha de conta apenas os primeiros 22 dias do mês de agosto, o mês mais forte para este tipo de celebrações pela presença de emigrantes na região, constata-se que este ano se realizaram dois casamentos (menos um do que em igual período do ano passado). Mas é nos batizados que a redução é mais substancial. De 01 a 22 de agosto deste ano celebraram-se quatro batismos em Bragança enquanto que em 2019, nos mesmos 22 dias do mês de agosto, tinham sido celebrados 29. É uma redução de quase 90 por cento.

Se a este cenário se somar o cancelamento da Semana Académica e de grande parte das primeiras comunhões, chega-se a um cenário de enormes dificuldades para os empresários do setor.

“O único batizado que fiz este ano foi o da minha filha”, dizia, meio a brincar meio a sério, Rui Pereira, dono da casa de fotografia Profiltro.

 

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