Editorial - António Gonçalves Rodrigues

Falta de noção

A TAP tem sido, por estes dias, o saco de pancada no Governo. A forma como se relacionaram alguns governantes com uma empresa pública revela a completa falta de noção que algumas pessoas mantêm quando ascendem a cargos de poder, nomeadamente político.


Tempo de esperança

Os Cristãos Católicos vivem, por esta altura, o mais significativo período da sua fé, com a celebração do Tríduo Pascal, que recorda a morte e ressurreição de Jesus Cristo.
Apesar dos tempos conturbados que a sociedade portuguesa vive atualmente, com constantes subidas de preços de todo o género e feitios, de subidas de taxas de juros, de dificuldades no arrendamento, a Páscoa deve ser encarado como um tempo de esperança.


A transparência está cada vez mais fosca

Com os lucros das empresas de grande distribuição a subir, começam a faltar explicações razoáveis para a subida de muitos preços nos hipermercados que não passem pela gulodice do retalho.
Em Espanha, também grandes cooperativas viram os seus resultados subir. Por cá, ainda não se assistiu ao enriquecimento de produtores.
Para fazer face à contestação crescente, o Governo decidiu criar um cabaz de produtos alimentares que ficarão isentos de IVA, o Imposto de Valor Acrescentado, que o consumidor paga em cada transação e que, depois, as empresas devem entregar ao Estado.


Governar com conta, peso e medida

Governar sem desgovernar aqueles que representam (os cidadãos) é o desafio de qualquer ministro ou secretário de Estado. Uns saem-se melhor do que outros.
Em política, a crítica está sempre na ponta da língua, ou não fosse esse o dever da oposição. Mas quando o coro de críticas extravasa os opositores partidários para a sociedade civil, Presidente da República, autarcas, presidentes de juntas de freguesia, se calhar era altura de parar para perceber, afinal, quem é que vai em contra-mão nesta autoestrada, se os que criticam, se os que são criticados.


Perdas e danos

Ser transmontano não é defeito, muito menos feitio. Adriano Moreira pedia, com delicadeza, que não expressássemos muito alto a nossa ‘transmontaneidade’ [ndr.: não por estas palavras] porque os outros, quem ouvisse, podiam não ser e ficavam com vergonha.
Ao longo dos anos, os transmontanos foram sofrendo perdas, que se transformaram em danos prementes e permanentes.


Qual é mesmo a definição de loucura?

Corre, à boca pequena, que, certo dia, Einstein, definiu a loucura como a repetição da mesma ação esperando resultados diferentes. Assim como quem insiste em dar cabeçadas na parede esperando que, a certa altura, lhe passe a enxaqueca.
Neste território a que agora chamamos Portugal, já os romanos diziam que o povo que por cá vivia tinha o seu quê de loucura, que não se governava nem se deixava governar.


“Deixem-se de tretas”

Há 37 anos, uma personagem de Herman José cantava na televisão, a plenos pulmões, “deixem-se de tretas, força nas canetas”.
Na altura, o Esteves incentivava a Seleção Nacional de futebol, que participou nesse verão no Campeonato do Mundo, que por cá ficou famoso pelo caso Saltilho.


O trigo e o joio

A divulgação do relatório publicado esta semana sobre abusos sexuais na Igreja Católica tem sido olhado sobre diversos prismas mas resulta, acima de tudo, num passo em frente da própria Igreja.
No entanto, é preciso não embarcar num exercício de apedrejamento público da instituição, pois o que ressalta é que não se pode, em caso algum, tomar a parte, por mais pequena que ela seja, pelo todo.
Este relatório deve servir para uma reflexão da sociedade e própria Igreja sobre os mecanismos que existem ou não existem e devem ser criados para a proteção dos seus.


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