Editorial - António Gonçalves Rodrigues

O Estado deve estar presente no território

A presença do Estado no território, em todo, todo, todo o território, deve ser efetiva.
Aquilo que temos assistido ao longo dos últimos 50 anos, com especial enfoque nos últimos 15, é a progressiva fuga do Estado do território, cada vez mais votado ao abandono.
A retirada de serviços é como a retirada de soldados em tempo de guerra, deixando o campo de batalha ao abandono e à mercê do inimigo.
A função do Estado é estar presente para todos os cidadãos, até porque todos eles são chamados a contribuir para o bem comum, através do pagamento de impostos e de serviços.


‘Meus senhores, liguem os vossos motores”

Ultrapassadas umas eleições legislativas com quem ninguém contava tão cedo, o ambiente já cheira novamente a eleições. Agora, a autárquicas.
Estas são, por excelência, umas eleições de grande participação popular, em várias fases do projeto, desde a escolha de candidatos, à elaboração de listas até à ida às urnas no dia do ato eleitoral.
Desta vez, os candidatos não são umas figuras que aparecem na televisão, longe do povo, mas antes o cidadão comum, o amigo de todos os dias, o vizinho, o primo ou o irmão.


Negócio da China

A venda de eletricidade em Portugal é um autêntico negócio da China para quem comercializa esse bem indispensável. Literalmente, porque o grosso do negócio está nas mãos de uma empresa comprada por capitais chineses.
Com cada vez mais meios de autoprodução disponíveis, o cidadão comum não deixa de se questionar porque é que o excesso de produção própria (através de painéis fotovoltaicos, por exemplo) é injetado na rede muitas vezes de borla, outras a preços irrisórios, mas quando o mesmo cliente vai à rede buscar energia, já tem de a pagar quase a preço de ouro.


Experiência falhada

Há uns meses, escrevi aqui neste espaço sobre a curiosidade que tinha acerca do resultado da escolha do empresário Elon Musk para tratar da modernização da administração pública americana.
A minha curiosidade advinha do facto de, muitas vezes, ser voz corrente que as máquinas dos Estados são pesadas e que os privados fazem sempre melhor.


O litoral ganha às custas do Interior

Em 2024, a Rádio Renascença indicava que o distrito de Bragança era um dos que menos recebia fundos de coesão da União Europeia em todo o país, juntamente com a Guarda e a Madeira.
A Região Norte de Portugal, no âmbito da Política de Coesão da União Europeia, é subdividida em oito sub-regiões NUTS III. Uma dessas sub-regiões é as Terras de Trás-os-Montes, que inclui os municípios de Alfândega da Fé, Bragança, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Vila Flor, Vimioso e Vinhais.


Os desperdícios das eleições

Se o assunto dos votos desperdiçados já era pertinente antes das eleições, parece-me que, agora, é muito mais.
No distrito de Bragança o caso é paradigmático, com 21576 votos a não contarem para nada (entre os partidos que não elegeram e os brancos e nulos).
Há muito se fala na ideia de, por exemplo, os votos em branco poderem contribuir para (des)eleger na mesma medida em que os votos ‘normais’ elegem. O escritor José Saramago defendia essa medida como forma de materializar o voto de protesto que, nestas eleições, beneficiou largamente o Chega.


Os desperdícios das eleições

Aqui há umas semanas, o excelente trabalho do jornalista Fernando Pires, publicado nas páginas aqui do Mensageiro, levantou muita celeuma em algumas franjas de comentaristas das redes sociais.
Isto porque a notícia do Fernando titulava que, no distrito de Bragança, nas eleições legislativas de 2024, tinham sido desperdiçados mais de 20 mil votos que, literalmente, foram para o lixo.
E isto porquê? Porque só os votos nos dois principais partidos, PSD e PS, se traduziram, de facto, na eleição de deputados, o fim último daquelas eleições.


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