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O objetivo dos parques tecnológicos e coworking

Porque tem aumentado os parques tecnológicos como o Brigantia-EcoPark em Bragança e os coworking em todo o país? O objetivo destes espaços, entre tantos outros, é incentivar a troca de ideias, o compartilhamento, o networking e a colaboração. Além de atender a tendência de freelancer e das start-ups estes espaços e centros são importantes para conectar pessoas e reduzir o tempo e custo de deslocamento até o trabalho. Nos grandes sítios o custo financeiro para uma pessoa ir de onde mora aonde trabalha pode ser astronômico, tanto em preço absoluto, por conta dos preços de estacionamento, combustível etc, como em preço de tempo.
Para as empresas, o trabalho dos funcionários em casa chegou a ser cogitado como parte do processo de reengenharia para pessoas economizarem em locomoção, mas a ideia já ficou superada. Atualmente, temos um modo (hora) de trabalho organizado nos moldes industriais, mas nossa economia deixou de se basear na indústria.  Conclusão? Estamos à beira da inviabilização do atual estilo de vida e às vésperas de seu redesenho radical.
O modo de trabalhar ainda tem a ver com uma época em que os meios de produção eram caros e escassos, e era preciso levar as pessoas até eles. Construíram-se cidades para juntar pessoas, primeiro para abastecer os workshops (oficinas), depois as fábricas, porque, sem massa crítica de trabalhadores, não fazia sentido o investimento na infraestrutura para produzir algo.
Após diversas revoluções urbanas, sociais e econômicas, atualmente, as grandes empresas se transferiram para sítios menores e dividiram-se em várias unidades em um lugar único.  Surgiram novas oportunidades de empreender neste redesenho. Empreendedores podem sair construindo espaços de trabalho comunitários, para as empresas alugarem ou para virarem centros de coworking, divididos por profissionais autônomos. Assim como se constroem shopping centers, serão construídos work centers.  
Os meios de produção no caso dos serviços, intensivos em informação, não são nem caros nem escassos, o que faz com que eles possam ser “deslocalizados”, em vez de serem centralizadores –e ordenadores– do processo de produção. Mas sobram evidências de que a execução de serviços, e de tudo que envolva informação, prescinde de presença física em tempo integral, portanto, não se trata de trabalhar sozinho em casa, mas com outras pessoas em espaços de trabalho comunitários.
O LUGAR, o espaços compartilhado, é um sistema RELACIONAL, HISTÓRICO e onde há uma preocupação essencial com a IDENTIDADE de cada um e do próprio lugar. Os espaços estão centrados nos indivíduos que deles fazem parte, na cumplicidade – inclusive de linguagem e repertório, a cultura entre eles, contexto e referências locais. O ser humano tem um espírito gregário, portanto, ainda veremos muitos novos parques tecnológicos e coworking criados em sítios. Assim espero!
Autor:
Thiago Ventura. Brasileiro, estudante de International Business Management - (European Degree) na ESTIG. Estou Publicidade e Propaganda pela UNA/Brasil.

Edição
3646

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