CDU acusa governo de não resolver o problema das escombreiras das Minas do Portelo

O problema das escombreiras das extintas minas do Portelo, cujas areias arrastadas provocaram o assoreamento do rio Pepim, no concelho de Bragança, foi o tema destacado pela CDU durante a apresentação dos candidatos às eleições legislativas, que teve lugar no passado sábado, em Aveleda.
A conclusão da primeira fase do projeto de desassoreamento do Rio Pepim, na aldeia de Aveleda, em dezembro de 2020, permitiu retirar cerca de 500 metros de areia do leito, mas Fátima Bento, primeira candidata pela CDU às legislativas, considera que “o problema não está resolvido, porque é a montante, nas minas”.
A situação é antiga. Em janeiro de 2010, uma grande parte dos materiais inertes armazenados nas escombreiras da mina foi arrastada para a ribeira do Portelo devido a forte pluviosidade.
As minas, integradas na área mineira de Montesinho, foram alvo de intervenção em 2007 pela Empresa de Desenvolvimento Mineiro (EDM). A primeira fase dessa intervenção consistiu na remediação ambiental, inventariação e proteção de acessos, poços e galerias.
Segundo a informação disponibilizada na página da EDM, esta intervenção incluiu, ainda, a suavização de escarpas e a modelação de taludes e custou mais de 1,5 milhões de euros.
A segunda fase de obras, prometida nunca avançou. “Nós queremos estar onde estão os problemas para dar voz a esta justa reivindicação da população da Aveleda”, referiu Fátima Bento.
A CDU tem questionado o governo e a Câmara Municipal de Bragança sobre o assunto. “Sabemos que tem havido várias reuniões entre as entidades, mas o problema continua por resolver. Obviamente que o desassoreamento, que foi feito ou que fizerem, não vai impedir que as areias sejam arrastadas, porque o problema está na raiz, que são as escombreiras das minas. Ainda não há muito tempo houve inundações”, indicou Fátima Bento.
Ainda que a vidas dos habitantes dos concelhos transmontanos esteja na mira da CDU, a candidata admite que a coligação tem ficado longe da eleição de um deputado pelo distrito de Bragança. “Isso mudará no dia que o povo transmontano vir que as nossas propostas têm validade e que somos nós, que fora da campanha e sem deputados, quem mais trabalho faz pelas várias reivindicações da região”, observou a candidata.
Já não é a primeira vez que Fátima Bento é a cabeça de lista da CDU. A arqueóloga, foi também primeira candidata CDU às Eleições Legislativas Círculo Eleitoral de Bragança nos anos de 2019 e 2024.
O segundo da lista é Márcio Pinheiro, montador uma empresa, membro da Comissão Concelhia de Bragança e da Direção da Organização Regional de Bragança do PCP.
Segue-se Joana Monteiro, enfermeira.
Os suplentes são Susana Bártolo, arquiteta: Gonçalo Vaz, estudante de engenharia; e José Castro, docente no Instituto Politécnico de Bragança.