Editorial - António Gonçalves Rodrigues

Infla(ma)ção

Inflação arrisca-se a ser a palavra do ano no final de 2023, depois de ter ficado no segundo lugar em 2022, perdendo para ‘guerra’ (ganhou com 53 por cento dos votos contra 18,8 de ‘inflação’). E ainda só vamos no final do primeiro terço do ano.
Considerada “passageira” pelo Governo em 2022, a inflação veio para ficar e a níveis como já não se viam há 30 anos.


Falta de noção

A TAP tem sido, por estes dias, o saco de pancada no Governo. A forma como se relacionaram alguns governantes com uma empresa pública revela a completa falta de noção que algumas pessoas mantêm quando ascendem a cargos de poder, nomeadamente político.


Tempo de esperança

Os Cristãos Católicos vivem, por esta altura, o mais significativo período da sua fé, com a celebração do Tríduo Pascal, que recorda a morte e ressurreição de Jesus Cristo.
Apesar dos tempos conturbados que a sociedade portuguesa vive atualmente, com constantes subidas de preços de todo o género e feitios, de subidas de taxas de juros, de dificuldades no arrendamento, a Páscoa deve ser encarado como um tempo de esperança.


A transparência está cada vez mais fosca

Com os lucros das empresas de grande distribuição a subir, começam a faltar explicações razoáveis para a subida de muitos preços nos hipermercados que não passem pela gulodice do retalho.
Em Espanha, também grandes cooperativas viram os seus resultados subir. Por cá, ainda não se assistiu ao enriquecimento de produtores.
Para fazer face à contestação crescente, o Governo decidiu criar um cabaz de produtos alimentares que ficarão isentos de IVA, o Imposto de Valor Acrescentado, que o consumidor paga em cada transação e que, depois, as empresas devem entregar ao Estado.


Governar com conta, peso e medida

Governar sem desgovernar aqueles que representam (os cidadãos) é o desafio de qualquer ministro ou secretário de Estado. Uns saem-se melhor do que outros.
Em política, a crítica está sempre na ponta da língua, ou não fosse esse o dever da oposição. Mas quando o coro de críticas extravasa os opositores partidários para a sociedade civil, Presidente da República, autarcas, presidentes de juntas de freguesia, se calhar era altura de parar para perceber, afinal, quem é que vai em contra-mão nesta autoestrada, se os que criticam, se os que são criticados.


Perdas e danos

Ser transmontano não é defeito, muito menos feitio. Adriano Moreira pedia, com delicadeza, que não expressássemos muito alto a nossa ‘transmontaneidade’ [ndr.: não por estas palavras] porque os outros, quem ouvisse, podiam não ser e ficavam com vergonha.
Ao longo dos anos, os transmontanos foram sofrendo perdas, que se transformaram em danos prementes e permanentes.


Qual é mesmo a definição de loucura?

Corre, à boca pequena, que, certo dia, Einstein, definiu a loucura como a repetição da mesma ação esperando resultados diferentes. Assim como quem insiste em dar cabeçadas na parede esperando que, a certa altura, lhe passe a enxaqueca.
Neste território a que agora chamamos Portugal, já os romanos diziam que o povo que por cá vivia tinha o seu quê de loucura, que não se governava nem se deixava governar.


“Deixem-se de tretas”

Há 37 anos, uma personagem de Herman José cantava na televisão, a plenos pulmões, “deixem-se de tretas, força nas canetas”.
Na altura, o Esteves incentivava a Seleção Nacional de futebol, que participou nesse verão no Campeonato do Mundo, que por cá ficou famoso pelo caso Saltilho.


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