A opinião de ...

Indesculpável falta de respeito para com as gentes das Terras de Vimioso

Pelo respeito e pela consideração que me merecem as páginas do Mensageiro de Bragança e os seus leitores, isto é o mínimo que se me oferece dizer para classificar a falta de respeito, quase a roçar o desprezo, com que foram tratadas as gentes do concelho de Vimioso, no passado dia 27 de Fevereiro, redundando num lamentável fiasco a prometida, agendada e muito propalada visita do primeiro ministro Dr. António Costa a Vimioso no último dia da recente visita ministerial ao Nordeste transmontano, fiasco agravado e mais lamentável ainda, pelas enormes expetativas que foram criadas à sua volta, o que levou muita gente a supor que, finalmente, seria anunciada a resolução dos graves problemas estruturais que espartilham o desenvolvimento local e regional. Pura ilusão. Ao fim e ao cabo, assistiu-se apenas à repetição de meia dúzia de banalidades e de lugares comuns, numa caldeirada de demagogia, temperada com ideias caducas, à mistura com projetos irrealistas e sem qualquer sentido. O resultado desta vergonha não podia ser outro senão a confirmação amarga e crua do nada que significam para os governos as gentes do interior.
Dissesse eu o que sobre isto me apetecia, e quem sabe até se e não deveria mesmo dize-lo e, de preferência, bem explicado no linguajar genuíno e espontâneo do vernáculo da nossa terra, conseguindo assim transmitir em toda a sua dimensão a enormidade da desconsideração como fomos tratados. Mas não, não vou por aí porque, apesar de tudo e ao contrário de tantos outros, os transmontanos, maioritariamente, continuam a ser gente de bem e educada que, como nenhuma outra, sabe receber quem a visita com inigualável dignidade e fidalguia , gente trabalhadora e honesta, gente de palavra e de princípios, qualidades de que muito nos orgulhamos e das quais nunca abdicaremos por nada deste mundo.
Mas atitudes como esta, terão forçosamente seu reverso. Porque somos assim, exigimos também ser tratados de igual modo. Situações de faltas de consideração e de respeito como esta a que agora fomos submetidos, nunca as permitiremos, nem mesmo ao mais pintado, dificilmente terão o nosso perdão e nunca, mas mesmo nunca, serão por nós esquecidas.
Sempre que quiserem voltem às nossas terras, mas:
- Façam-no antes que os castelhanos fechem as suas fronteiras e os deslizes de terras, (na semana passada contei 15 em 5 quilómetros) arrastem para o rio Maças o troço da estrada de Carção para Vimioso;
- Se por acaso pensarem demorar por cá, será prudente trazerem de Lisboa o pão e o chouriço para a merenda porque, “quem não se sente…………..” e “cá se fazem e cá se pagam”.

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