A opinião de ...

Bem vindo!

Fez-se luz. D. Nuno Almeida foi finalmente anunciado como bispo eleito da diocese de Bragança-Miranda, o 45.º da história.
Uma nomeação que vem sossegar os corações mais desassossegados e transmitir tranquilidade e serenidade.
Como se ouviu dizer ao longo destes meses em que a diocese esteve em ‘sede vacante’ (sem bispo), um rebanho precisa de um pastor.
D. Nuno Almeida é homem experiente (era, desde 2015, bispo auxiliar da Arquidiocese de Braga).
Natural de uma das dioceses do interior do país (Viseu), viveu muitas das realidades que afetam o dia a dia dos transmontanos, gente conhecida pelo seu bem receber.
Por isso, saberá compreender ainda melhor os lamentos das suas gentes e encontrar as soluções.
Para os fiéis, fica reposta a normalidade. Deixa, agora, de haver desculpas para a falta de participação.

Entretanto, os agricultores continuam a olhar para o céu, à espera que S. Pedro se lembre deles e lhes traga a tão ansiada chuva.
Cada vez mais fileiras se queixam da razia que serão as produções deste ano, o segundo consecutivo de seca severa no Nordeste Transmontano, região onde ainda muito se depende da terra para sobreviver e ir fixando alguma da pouca gente.
Mas pobre das gentes que cada vez mais dependem dos humores de um S. Pedro de torneira fechada.
Cabe a quem decide entre os homens que, de facto, tome as decisões necessárias.
Como dizia a responsável do Ciência Viva de Bragança, Ivone Fachada, este fim de semana, a situação passou de alterações climáticas para emergência climática
A escassez de água será, cada vez mais, o normal.
Nos próximos 50 anos, muitas das regiões que agora são habitadas deixarão de ter condições para a vida humana devido ao calor extremo que as vai afetar.
Os conflitos entre povos vão agudizar-se pela disputa da pouca água existente.
O Nordeste Transmontano está no epicentro de uma dessas regiões, em que a partilha do mesmo recurso poderá dar azo a sérias disputas entre os dois lados da fronteira.
É preciso passar das palavras aos atos pois o clima altera-se mais rapidamente do que a política.
É preciso tomar medidas o quanto antes para tornar o consumo de água mais eficiente e, ao mesmo tempo, ir armazenando a que corre livremente para o mar para alturas de necessidade emergente, como a que se vive atualmente.
Em zonas de Espanha, as reservas rondam os 20 por cento. O verão ainda não chegou mas já vai começar o racionamento, fornecendo água apenas para manter vivas as árvores de fruto e não para sustentar a produção.
Sem plantas, grande parte do interior da Península Ibérica corre o risco de ficar à imagem do norte de África.
Aí já não falamos de despovoamento mas da temível desertificação.

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