A opinião de ...

Acabe-se com a desigualdade de todos os professores

Li, perplexo, uma notícia num órgão de comunicação social, deste fim de semana, sobre o apoio (mais do que merecido) aos professores/as que ficaram, e vão continuar a ficar, colocados fora da área da sua residência e, portanto da sua família.
Apesar de já estar aposentado, fiquei revoltado com a proposta do Sr. Ministro da Educação, que é a seguinte: “A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) quer que o apoio à renda para os docentes colocados em Lisboa e no Algarve seja aplicado a todos os professores, que estejam longe de casa, alertando para a falta de negociação sobre a atribuição de ajuda”. E, mais á frente o referido artigo diz o seguinte: “A posição da Fenprof surge na sequência do anúncio feito anteontem pelo Ministro da Educação, João Costa, após a aprovação de um apoio à renda a todos os professores que fiquem colocados a mais de 70 quilómetros de casa, em escolas das zonas de Lisboa, Vale do Tejo e do Algarve.
A medida prevê um apoio até 200 euros a todos os docentes que tenham um encargo com habitação superior a 35% por cento do salário e deverá entrar em vigor no próximo ano, com efeitos retractivos a setembro desse ano”.
Fiquei estupefacto ao ler isto. E então os professores que estão colocados noutras zonas, como por exemplo em Trás-os-Montes, e que tenham a sua família longe, esses não têm direito a ajuda? Há muitos colegas meus que têm o seu lar longe, mesmo em Trás-os-Montes, ou noutras zonas do país, e não têm direito a essa ajuda? Então só os que são colocados em Lisboa, Vale do Tejo e Algarve é que têm direito a essa ajuda? Porquê? Portugal não é só Lisboa e Algarve! Conheço docentes que trabalham em Trás-os-Montes (e noutras zonas do país) que se deslocam, todos os dias para a “sua escola” todos os dias e, muitas vezes, o marido está colocado noutra escola longe de casa e…se têm filhos, com quem ficam? Com os sogros? Ou com outras pessoas, longe dos pais? Além disso, os professores não ganham para ter duas ou três casas, mais a despesa com combustíveis que são “obrigados” a usar.
Concordo plenamente com a Frenprof, quando, no mesmo artigo diz: “que se trata de matéria de natureza socioprofissional e entende que “terá de passar por processo de negociação coletiva, aguardando-se a convocação da primeira reunião e o envio do projeto, aprovado pelo governo”.

Mais à frente, o referido artigo, acrescenta: A proposta fica aquém das necessidades e exclui docentes colocados longe de casa noutras regiões, que não só as duas abrangidas”. Grande verdade, só quem nunca foi professor, pode ignorar isso. A classe docente precisa de mais apoio e de maior respeito. A Educação é fundamental para a nossa juventude e para o nosso país. Haja respeito pela profissão docente e pela Educação!

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