Cooperativa Agropecuária Mirandesa vive "pesadelo" por quebra na venda de carne de bovino
A Cooperativa Agropecuária Mirandesa (CAM) vive uma dos maiores "pesadelos" da sua história devido à quebra acentuada na comercialização e venda de carne certificada do bovino de raça provocada pela pandemia da covd-19.
"Estamos a viver um cenário que nem nos piores pesadelos seria imaginado. Organizámos ao longo de décadas a nossa produção e tínhamos um mercado estável e tudo estava a funcionar. De um dia para o outro, dos 430 clientes ativos ficamos 19, o que é pouco para a quantidade de produção que temos", explicou o administrador da CAM, Nuno Paulo.
O tempo de duração das restrições que são impostas pelas entidades responsáveis é outros dos fatores que "atrapalham" os produtores, "já que não há um espaço temporal para que se possa perceber o prolongamento desta crise pandémica provocada pela covid-19".
"Uma coisa é aguentar uma semana ou duas. Outra é estarmos um mês ou dois meses em que os animais têm de continuar a comer e a crescer, o que vai alterar as regras de certificação das carcaças de bovino mirandês. Um animal para ser certificado tem de ter controlo de idade. Exemplificado: uma vitela de leite não é um novilho", explicou.
A média de animais abatidos pela CAM, sediada em Vimioso, ronda os 60 animais por semana.
"Durante a última semana só abatemos 12 bovinos", contabilizou o responsável pela CAM.