Carlos Fernandes

Primeira epístola de Bragança aos BARÕES do PSD

Quem vos escreve é alguém que aos 20 anos de idade abraçou um ideal e seguiu Francisco Sá Carneiro na luta pela defesa e pela implantação  desse ideal. Nessa altura muitos  ( de vossas senhorias) andariam  de cueiros e de chupeta. Acredito que a maioria ( de vossas senhorias) não usem os tais cueiros mas pelo que tenho visto custa-vos muito a largar a chupeta.
Doutra forma o comportamento ( de vossas senhorias) seria outro.
Paz, Pão, Povo e Liberdade era este o alicerce do projecto pelo qual lutou e morreu Francisco Sá Carneiro.


Quinta Epistola de Bragança aos Políticos

E o povo, as vezes, chateia-se e do seu infortúnio saem mulheres e homens a dizerem verdades claras como a água e duras como fragas como, por exemplo, António Aleixo.
 
Há muitos burros mandando 
em gente de inteligência
e as vezes fico a pensar
se a burrice não é ciência.
Porque o mundo me empurrou
caí na lama, e então
tomei-lhe a cor, mas não sou
a lama que muitos são.
Eu não tenho vistas largas,
nem grande sabedoria,
mas dão-me as horas amargas
lições de filosofia.
À guerra não ligues meia,


E os andores?

Aos Santos populares que o povo vem venerando ao longo dos tempos temos de acrescentar neste ano mais dois: S. Jeronimo e Stª Catarina.
Este S. Jeronimo não estudou gramatica nem filosofia.
Mas especializou-se em retórica na Cova da Piedade, em Cacilhas e, se calhar, na Lisnave.
Não deve ter sido nenhum professor famoso como Donato. Mas teve, de certeza, bons mestres como Cunhal, Pato, e Abrantes (seu centroleico). E por isso é um dos que leva o pálio da jeringonça.
Contra ventos e marés.


P'ra que conste

Não escrevo para que o Presidente da República leia e, no próximo 10 de Junho, me atribua uma condecoração; Não escrevo para que o Núncio Apostólico leia e, na próxima oportunidade, me consiga um lugar de conselheiro papal ou da Cúria Romana; Não escrevo professias... mas que há vezes que acerto... lá isso tem sido verdade. Mas escrevo sobre factos e realidade que nos rodeiam no dia a dia. Com educação e com respeito. Foi assim que me ensinaram e foi assim que aprendi. Não sou daqueles que pensam que os «comunistas» comiam criancinhas ao «mata-bicho». Não. Não sou desses.


Quarta Epistola de Bragança aos Comunistas

Mas ainda não tinha saído a procissão do adro e já o PCP – o vosso partido – tinha de escolher um santo pra colocar no andor das presidenciais.
Mais uma vez os sumo-sacerdotes e os escribas se reuniram no cenáculo da Soeiro Pereira Gomes e escolheram um Simão de Cirene chamado Edgar Silva. Não para ir no andor! Mas antes para ajudar o vosso profeta Jerónimo a levar a vossa cruz ao calvário das presidenciais.


Segunda Epistola de Bragança aos Comunistas

Por causa da revolta do vosso povo os sumo-sacerdotes e os escribas do PCP – o vosso partido- tocaram a fogo para tentar apagar o incendio que vos consumia.
E foram à arca das antiguidades e lá encontraram um da classe operária, dos trabalhadores (da Lisnave) e do povo (da cintura industrial de Lisboa) e fizeram dele o sucessor de Carvalhas.
Jerónimo o escolhido tinha a dura e ingrata tarefa de fazer parar a fuga dos votos, de deputados, de quadros e do povo.


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