A opinião de ...

As regras de boa educação quando se visita a casa de alguém

Mandam as regras de etiqueta que quando se visita a casa de alguém se leve um presente, uma pequena atenção.
Ora, isso na política nem sempre acontece, sobretudo na nossa região.
Quando o Nordeste Transmontano é visitado por Governantes, muitas das vezes chegam de mãos a abanar, contrariando as expectativas de quem é visitado.
Isto a propósito da recente visita da Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, e, sobretudo, do Ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, a propósito da apresentação de um estudo sobre a viabilidade da recuperação do troço da linha do Douro entre o Pocinho e Barca d’Alva.
É que, do lado de cá do rio Douro, há um outro troço desativado pelas necessidades de construção de uma barragem ‘oferecida’ à EDP no tempo do Governo de Sócrates e que, contrariando sucessivas promessas, continua sem ver luz ao fundo do túnel.
A Linha do Tua, que era diariamente utilizada pelas populações locais (portanto, não só para turistas) continua sem ser reativada por inoperância do Governo.
O próprio operador do novo sistema de mobilidade criado após a construção da barragem de Foz Tua (o empresário Mário Ferreira), já se insurgiu publicamente contra os atrasos constantes e ameaçou mesmo deixar cair todo o processo, há mais de um ano.
O tempo corre e a Linha do Tua, um dos ex-libris da região em termos de capacidade de atração turística, como os governantes não se cansam de dizer, continua a ver as ervas crescer em torno de uma linha que foi recuperada há dois anos mas na qual ainda não circulam comboios.
Porquê? Porque ainda não há as autorizações necessárias nem o financiamento montado para a operação. Também o processo de licenciamento da atividade turística e do operador (com provas dadas no turismo) continua emperrado, sabe-se lá aonde. O que se sabe é que a bola está do lado do Governo e de vários dos seus ministérios e Direções Gerais.
E quando o ministro podia aproveitar para trazer uma pequena lembrança aos transmontanos já que teve o transtorno de os vir visitar, podia trazer algo mais do que palavras vagas como “vamos tentar encontrar uma solução” ou “somos mais de fazer”.
Não adianta andar a propagandear que se é pessoa de ação sem, de facto, agir em conformidade.
É só isso que os transmontanos pedem. Criaram o problema? Resolvam-no. Tão simples quanto isso. Porque as palavras leva-as o vento...

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