A opinião de ...

De quem será a culpa?

A saúde está doente. O siagnóstico é velho. A cura é que tarda em aparecer.
Sindicatos médicos e Governo não se entendem, as urgências, um dos serviços mais básicos à população, vão soluçando ao sabor do vento.
Enquanto a guerra nos gabinetes prossegue, arrisca-se a fazer mortos e feridos, que ficam à porta da assistência prometida. Pelos vistos é assim em todas as guerras. Mas não tem dem ser.
O problema arrasta-se há anos, atravessando Governos de várias cores e feitios, e só se agravou com o passar dos anos. Portugal tem poucos médicos. Ponto. E não forma novos médicos em número suficiente para colmatar as necessidades do dia a dia.
Se o diagnóstico é conhecido, porque tarda tanto a resolução deste problema específico? Lobby de quem não quer perder o controlo do lado da oferta para garantir uma melhor remuneração pela procura?
Até agora, tem-se visto alguma irredutibilidade por parte dos sindicatos médicos. Ora, numa negociação, terá de haver cedências das duas partes em confronto sob pena de não se atingir o ambicionado cessar fogo.
Confesso que fiquei bastante confundido quando, recentemente, ouvi uma entrevista, a um dos canais televisivos, de uma médica de medicina geral. Dizia a senhora que os médicos estão esgotados e, por isso, reivindicam um horário menor nos hospitais públicos.
Até aqui, a conversa parece razoável. Mas confundiu-me a seguir quando recusou a ideia que o Governo quer implementar de exclusividade, ainda que com aumento salarial que pode chegar aos 40 por cento.
Então, se os médicos estão cansados (uma queixa legítima dada a falta de recursos), qual o problema da exclusividade? Ou o cansaço será só uma desculpa e o horário mais leve no público servirá apenas para ir cobrar mais uma horas ao privado?...
Razoabilidade e bom senso é o que se pede às duas partes, até porque em cima da mesa estão aumentos entre os 30 e os 40 por cento. Que outro setor se pode gabar do mesmo? E quando morrer alguém por falta de assistência, de quem será a culpa?

A partir de domingo assinala-se a Semana dos Seminários, berço das vocações sacerdotais.
Recentemente, o Pe. António Magalhães, reitor do seminário de S. José, em Bragança, dizia que “todos são um Testemunho Vivo e Orante do chamamento de Jesus a uma vocação”. “Entre as muitas, nesta semana, rezamos por aqueles que se sentem chamados ao sacerdócio, que se encontram nos Seminários. A vocação nasce nas comunidades paroquiais, nas famílias, nos grupos cristãos, na catequese: num desafio que “convida a não ter medo”, num desafio que “convida a deixar que Jesus faça de nós”... “Pescadores de Homens”.” Rezemos pelas vocações, pelos seminários e pelos nossos seminaristas.

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