De Bruxelas a Rio de Onor

Habitantes das aldeias dizem que os milhões que vêm da União Europeia não chegam lá

Publicado por Glória Lopes em Qui, 2023-02-09 09:53

Os rionorenses vivem com um pé em Portugal e outro em Espanha, mas continuam longe da Comissão Europeia, do Parlamento Europeu e, ainda mais, dos fundos comunitários.
Nos últimos cinco anos a União das Freguesias de Aveleda e Rio de Onor não beneficiou de qualquer fundo europeu. Situação semelhante sucedeu em dezenas de aldeias do distrito de Bragança. “Temos agora um projeto financiado, o parque de autocaravanas de Aveleda. Está em fase de adjudicação de obra, no valor de 16 mil euros”, adiantou Mário Gomes, o presidente da junta de freguesia.
O projeto está atrasado, tal como outros parecidos no concelho de Bragança e no distrito.
No último quadro comunitário de apoio 2014-2020 Portugal contou com 36.987.764.840 euros (€) de fundos europeus. Um número muito grande, mas a maioria das freguesias do distrito teve zero investimento a partir deste envelope financeiro. “O dinheiro do POCTEP não chega cá às pequenas freguesias. O processo das candidaturas é difícil, complexo, exige conhecimentos e tempo. As juntas de freguesia não estão preparadas: não dispõem de mão de obra especializada, nem têm verbas para poder avançar com a parte monetária que lhes é exigida para obter financiamentos”, admitiu Mário Gomes.
O POCTEP é um dos itens do Programa Interreg Espanha/Portugal que entre 2015-2020 teve um envelope financeiro de 484.687.353 €.

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