Mirandela

Eleições para a Confraria de N. Sra. do Amparo à espera do novo bispo

Publicado por Fernando Pires em Seg, 2023-02-06 15:06

Pelo menos até que seja nomeado um novo Bispo da Diocese de Bragança-Miranda, Sílvio Santos vai continuar a ser o Comissário da Comissão Administrativa da Confraria de Nossa Senhora do Amparo, associação religiosa responsável pelo santuário com o mesmo nome e organizadora das festas anuais de Mirandela.

É o que revela um parecer do anterior juiz do tribunal eclesiástico, solicitado pelo Cónego Valentim Bom, Pároco da Unidade Pastoral Senhora do Amparo, do Arciprestado de Mirandela, perante algumas dúvidas suscitadas com a legitimidade da atual comissão administrativa da confraria constituída há um ano após um decreto assinado pelo Bispo de Bragança-Miranda, ainda antes da saída de Dom José Cordeiro para exercer o cargo de Arcebispo de Braga. “Um parecer que foi fundamentado no decreto anterior de Dom José, que os nomeou e que dizia uma nota no final que poderia ser prorrogado se os problemas se mantivessem, pelo que se verificou isso mesmo e por isso esta comissão vai continuar, até porque o administrador diocesano não tem poder legislativo para elaborar um novo decreto e aguardamos a nomeação do novo Bispo para se poder cumprir o que já estava especificado no anterior decreto para promover novas eleições e seguir os trâmites normais”, refere o cónego Valentim Bom.

Sílvio Santos lembra que este processo já remonta a novembro de 2021. “Na altura, anunciamos que não iríamos elaborar uma recandidatura, infelizmente não surgiu qualquer candidatura de outros membros, e acabamos por assumir o ano 2022 e neste momento não existe competência para poder homologar qualquer outro grupo eleito para o ato, como tal existe uma recondução, não é uma recandidatura, não foi um pedido nosso, mas antes uma sensibilidade a um pedido da Diocese, que é quem tutela a confraria, no sentido de nos mantermos até que seja possível realizar um novo ato eleitoral”, adianta.

Sendo assim, enquanto não for nomeado o novo bispo da Diocese de Bragança- Miranda, mantêm-se em funções os membros da comissão administrativa da confraria de Nossa Senhora do Amparo.

Revelações avançadas, no passado sábado, na reunião da Assembleia-Geral da Confraria para a apresentação das contas de 2022, aprovadas por unanimidade, com um saldo negativo de 12 mil euros.

“Fica a dever-se a todo o enquadramento mundial que afetou imenso os custos, desde a parte dos espetáculos, ao fogo de artifício, à iluminação de rua, todas as despesas cresceram significativamente e tornou bastante difícil a gestão financeira, ainda assim, felizmente, apresentamos um resultado que não é de uma preocupação relevante”, mas Sílvio deixa uma chamada de atenção: “Vai sendo a altura de todas as entidades envolvidas neste processo que todos os anos acaba por ser um cartão de visita da cidade, refletirmos e encontramos soluções para que este problema não se repita e se consiga resolver de forma salutar”.

No entanto, a confraria vai sofrer um corte de 9% no subsídio atribuído pelo Município, passando a receber menos 9600 euros do que em 2022, passando de 108 mil euros para 98 400 euros, por ano. Sílvio Santos admite que “é um problema” acrescido. “O Município viu-se forçado a diminuir o apoio às instituições, a confraria não foi uma exceção e obviamente acrescenta-nos uma dificuldade para o ano 2023 que não será muito fácil, mas vamos tentar que tenha um reflexo mínimo naquilo que são os eventos que realizamos e na vida do que é a confraria”.

A acrescentar a isto, há a necessidade urgente de obras no interior do Santuário. “Fez-se uma intervenção muito importante a agradável no exterior do santuário, mas agora é preciso olhar para o interior e já abordamos o Município de em conjunto começar a pensar em resolver esse problema para evitar situações como as que atualmente vivemos”.

Sílvio Santos refere-se a alguns edifícios em avançado estado de degradação que já levou a comissão administrativa a ter de vedar o acesso a diversos locais por falta de condições de segurança e que podia colocar em risco quem visita o santuário. “Estamos a falar de um custo acima dos 30 mil euros, o Município já fez esse levantamento e agora estamos a interceder junto da autarquia para obter o seu apoio para essa recuperação”, afirma.

Depois das obras na parte exterior do Santuário, Sílvio Santos apela à autarquia mirandelense para que olhe para o avançado estado de degradação do interior daquele templo religioso.

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