A opinião de ...

Reunião da “ARM” no Campo de Víboras

No próximo dia 19, a Delegação do Nordeste Transmontano da ”ARM”, (Associação “Regina Mundi” dos Antigos Alunos dos Seminários da Sociedade Missionária da Boa Nova) vai realizar no Campo Víboras, concelho de Vimioso, o seu encontro anual, cujo programa deste ano terá o seu momento alto com a inauguração e bênção de um monumento em honra de Nossa Senhora Da Boa Nova e em homenagem e agradecimento à Sociedade Missionária pelo seu inestimável contributo, dado ao longo de mais de um século, para o desenvolvimento daquelas terras, tanto através do enriquecimento e desenvolvimento cultural, como da formação religiosa, cívica e moral das muitas centenas de jovens transmontanos que tiveram o privilégio de passar pelas suas casas de formação.
A Sociedade Portuguesa das Missões da Boa Nova foi criada pelo Papa Pio XI em 1929, então com outro nome, com a finalidade de preparar e formar missionários, para serem enviados para as colónias portuguesas de África, tendo depois expandido a sua ação a outros países como Moçambique, a Rodésia, o Brasil, Angola e o Japão, situação que se mantém na atualidade.
O seu campo de recrutamento de jovens candidatos a missionários cedo se alargou a todo o país, a maioria dos quais, (na qual, com muito orgulho e humildade eu me incluo), que não sobrevivia do longo, exigente e difícil período de formação de mais de doze anos, acabaria por ficar pelo caminho e regressar às suas terras, mas agora valorizados, com formação e asas para outros voos, condições que, à época, por razões económicas, estavam ao alcance de muito poucos, mas que, quando bem aproveitadas, foram para muitos outros a rampa de lançamento que lhes permitiu atingir os mais altos patamares da sociedade na ciência, na arte, na cultura, na política e tantos outros, o que acabaria por se refletir também no progresso, na dignificação e no desenvolvimento das suas terras e das suas gentes.
Dentro deste prisma de observação, na minha qualidade de armista e de transmontano nordestino, o meu muito obrigado a todos os armistas e entidades que, reconhecendo a justiça, o interesse e a oportunidade da construção deste magnífico monumento, tudo fizeram para que o sonho se transformasse nesta maravilha que está perante os nossos olhos.
Sem pretender correr o risco de ser injusto seja para quem for, nunca me perdoaria se não aproveitasse esta oportunidade para:
Em meu nome e de todos os antigos alunos, agradecer à Sociedade Missionária tudo o que, ao longo de quase um século, tem feito para abrir portas e dar asas aos muitos que, “sendo chamados não foram escolhidos”;
Pela coragem, pela dedicação, empenho, pertinácia, teimosia e, porque não dize-lo, pelo enorme risco assumido pelo armista, camponês dos quatro costados e alma máter de todo este projeto, com um grande abraço ao meu querido e grande amigo Dr. António Padrão.
Por seres quem és e como és, parabéns, António.

Edição
3948

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