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Porquê, e que Natal em 2024? A reflexão que é urgente fazer-se

Saudosismos à parte, no que à celebração do Natal diz respeito, não é preciso ter parado no tempo nem estar agarrado ao passado, para reconhecer que da essência e autenticidade, que durante séculos sem conta o caraterizaram, nas últimas duas ou três dezenas de anos, a subversão dos seus valores foi de tal ordem, que delas pouco mais resta do que a sua referência no calendário no dia 25 do mês de dezembro de cada ano, transformado no epicentro da época de consumismo mais desregrada e irracional, geradora de desmandos sem conta e exageros de toda a ordem.
Tendo em conta a velocidade estonteante com que agora tudo se processa e tudo se submete à ditadura avassaladora do lucro e da lógica economicista que se instalou a todos os níveis, o mais provável é que, pelas mesmas razões que o dia da mãe, que era celebrado no dia oito de dezembro, dia de Nossa Senhora da Conceição, foi despachado para o mês de maio, alegando que tal era altamente favorável para o comércio, mais cedo, ou mais tarde, se faça o mesmo com dia de Natal.
A ser assim, por mais que a muitos possa parecer que isto seria uma decisão sem pés nem cabeça, convencidos de que ”o Natal é o Natal, e continuará a ser sempre o Natal”, antes que seja demasiadamente tarde e que esta hipótese se transforme numa fatal e dura realidade, para tentar salvar o pouco que ainda resta do que foi, e é urgente que volte a ser, a celebração autêntica do nascimento do menino Jesus, que sendo Deus, como rezam as escrituras, em vez do conforto, do luxo, da vaidade e da ostentação dos palácios, preferiu nascer em Belém, na pobreza e no desconforto dum presépio, numa noite escura e gélida de inverno.
Neste contexto, chegando ao que chegaram as celebrações dessa noite santa, em que o filho de Deus se fez homem e veio à terra, trazendo consigo uma mensagem de paz, de fraternidade, de partilha, de amor entre os homens e de fé e esperança num mundo melhor, torna-se imperioso e urgente que, cada um de nós e as sociedades no seu todo, se confrontem com a necessidade de encontrar respostas para as questões levantadas pela deturpação total do verdadeiro espírito de Natal, tais como:
- Será que faz sentido e vale a pena insistir em celebrar o Natal assim?
- Natal como, porquê , para quê e para quem?
- Com que desfaçatez se insiste em chamar ao Natal a grande festa da família e das crianças, quando a grande preocupação se fica pela esperança dos milhões de retorno, sempre para os mesmos, dos investimentos faraónicos em iluminações, feiras, festas, divertimentos e espetáculos, que pouco ou nada têm a ver com o verdadeiro espírito do Natal?
Pela minha parte,
VOTOS SINCEROS DE UM SANTO NATAL PARA TODOS NA PAZ DE CRISTO E NA ESPERANÇA DE UM MUNDO CADA VEZ MELHOR PARA TODOS.

Edição
4016

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