A opinião de ...

Por alma de quem lá têm, por favor, tenham vergonha e respeito pelos outros

Sem qualquer surpresa, depois do espetáculo degradante da recente audição na Assembleia na República sobre os recentes incidentes no Ministério das Infra Estruturas, confirmaram-se todas as piores suspeitas sobre o vergonhoso “Big Brother” em que transformaram aquele ministério no qual, com o dono da loja fora, houve de tudo, desde alegados roubos de equipamentos, fugas de informação classificada, paletes de secretárias a refugiarem-se na casa de banho, e tudo acompanhado com pontapés, empurrões e estaladas à fartura.
Foi tudo mau demais para acreditar que, em maio de 2023 seria possível descer tão baixo e colocar a imagem e o prestígio da casa da democracia ao nível de um qualquer bairro mal frequentado, mas não há como nega-lo.
Foi lamentável constatar a falta de vergonha como lá mentiram (sim, mentiram e com todas as letras!) pessoas altamente colocadas na hierarquia do estado que, como miúdos da primária, diziam, desdiziam e se contradiziam, meteram os pés pelas mãos, primeiro diziam que sim, depois que talvez e logo que não sabiam, situação em que a equipa do Ministério do Dr. João Galamba, bateu toda a concorrência.
Agora, para desgosto dos atores e figurantes desta lamentável tragicomédia que, por exclusiva culpa sua, cobriu de lama o já problemático prestígio deste ministério, por mais que tentem branquear e desvalorizar a vergonha que ali se passou, ficou cada vez mais nítida a verdadeira imagem da dimensão da crise de identidade que mina a credibilidade de todo este governo de maioria, restando perguntar como é que um governo assim, incapaz de resolver os seus problemas internos, ainda não teve a humildade e a perspicácia de reconhecer a sua incompetência, bem como a inépcia da quase totalidade dos seus elementos, em que o seu responsável máximo, sempre que as coisas não correm de feição, por pouca sorte ou muito azar, tem de se ausentar, sabe-se lá bem para onde e para quê.
Basta estar minimamente atento ao desempenho dos seus elementos para constatar que, em vez de resultarem duma escolha cuidada e criteriosa, assente em parâmetros honestos, sérios e transparentes, mais parecem uma equipa de segunda escolha, recrutada dos candidatos rejeitados dos vulgares “castings”, organizados pelas televisões generalistas para organizarem os concursos de entretenimento das horas mortas, onde apenas se exige aos candidatos que saibam ler, escrever e contar, o que, inevitavelmente nos à memória ditados das nossas terras, tão atuais quanto apropriados, como:
- “À falta de homens, foi meu pai juiz em Miranda”;
- “À boa fome não há ruim pão” e
-“Cada terra tem o regedor que merece”.
Mas, meus queridos, desenganem-se porque, a continuar tudo assim, este país arrisca-se a nunca mais passar da cepa torta.
Será? Espero bem estar cá para ver!

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