A opinião de ...

E tudo “o vento virou”!

No meio de tantas adversidades, é mesmo caso para dizer que já só nos faltava mais esta pelo que, lembrando o saudoso Nicolau Breiner, pergunto a quem souber, puder e quiser responder, “que mais nos irá acontecer”, na certeza porém de que, mesmo se estas crises fossem rapidamente ultrapassadas, muito dificilmente, ou talvez mesmo nunca, a vida na terra poderá voltar a ser o que era.
Na verdade, não podemos continuar a viver ignorando as consequências físicas, orçamentais, sanitárias e socias causadas pela ação da ainda “viva e de boa saúde” pandemia Covid-19, passando ao lado dos prejuízos incalculáveis provocados pela seca brutal que assola grande parte do globo e minimizando os efeitos devastadores da guerra suja e selvagem levada a cabo pela Rússia para ocupar a Urânia e satisfazer os caprichos e a ambição imperialista do Nero da atualidade, esse psicopata russo que dá pelo nome de Putin, como se, por magia ou por encanto, além de outras, todas estas calamidades passassem bem longe deste nosso recanto ocidental, onde acaba a terra e começa o mar.
Mas, infelizmente, as coisas estão a anos luz de ser assim.
Como se não fossem já desgraças de sobra, para compor o ramalhete, azar o nosso, ainda tivemos de apanhar com a fúria dos ventos que, na atual conjuntura, fortemente condicionada pelas condições sanitárias, climatéricas, políticas e socias que, soprando fortes, resolveram gozar com o triunfalismo provinciano do já então 1º Ministro Dr. António Costa quando, do alto da sua geringonça, com um mal disfarçado sorriso de cinismo para com o governo do seu antecessor, proclamou aos quatro ventos que ia virar a página da austeridade, pelo que, segundo ele, neste país, inflação nunca mais.
Só que, para descrédito seu e azar nosso, ainda que nem sempre tantas vezes quanto seria de desejar, “porque cá se fazem e cá se pagam” , o tempo acaba por repor tudo no seu devido lugar, comparando agora as condições draconianas que, para não morrermos à fome, o FMI, sob a supervisão da malfadada troica, impunha ao governo do país de então (um país que é bom recordar, lhe caiu nas mãos descredibilizado e à beira da bancarrota provocada pelo (des)governo do seu camarada Engº. J. Sócrates de que, aliás, também ele fazia parte).
Agora que, para nosso mal, ao que tudo indica, a fatídica austeridade voltou para ficar, o país não pode esperar mais tempo por um governo a sério, capaz, responsável e competente que, assumindo todas as suas responsabilidades saiba, possa e queira governar coeso e solidário como uma verdadeira equipa, até porque, como é fácil de ver, nas atuais condições, não se pode continuar a governar navegando à vista por muito mais tempo, sem capacidade para dar resposta às dificuldades em tempo útil, nem continuar a malbaratar recursos e a gastar energias a correr inutilmente atrás dos prejuízos.

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3905

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