A opinião de ...

Com que então, quase “primus inter pares”?!..

Corações ao alto, já temos Orçamento do estado para 2023.
Sim, realmente, e depois de tão longa, inútil e ridícula chinfrineira ali para os lados do palácio de S. Bento, até parece que o país entrou em transe pelo inesperado da notícia, rejubilou de alegria e saltou de contentamento quando, no fim da semana passada, o próprio Primeiro Ministro fez questão de apareceu diante da comunicação social para anunciar aos quatro ventos a aprovação do (seu) grande OE para 2023
Seria bom, mas, à semelhança de tantos outros anos, este ano, não fora a lei que impõem aos governos a obrigação de apresentarem anualmente um OE de estado, melhor fora para o país que os 230 deputados e todo o estafe faraónico que gravita em volta deles metesse férias no primeiro trimestre dos “trabalhos” parlamentares, poupando a quem tem a pachorra e/ou a obrigação de os ouvir, a perda de milhares de horas que poderiam ser utilizadas noutras ações de interesse público e, ao mesmo tempo, a quem tem de dar notícias como esta, o sacrifício do ridículo a que se sujeitam, mesmo quando se apercebem, se é que se apercebem, da dimensão inclassificável da demagogia sem limites com que, com o maior desplante e a maior lata deste mundo, estão a vender gato por lebre.
A título de exemplo, dentre muitas outras, atente-se na brilhante tirada do Sr. Primeiro Ministro que, talvez por distração ou incúria própria, ou paranoia dos seus assessores, só comparável à tentativa hilariante de afirmação de autoridade com que, no dia anterior, o Sr. Presidente da Assembleia da República puxou dos seus galões para, no plenário da camara, pedir, impor e determinar ao agente da PSP ali em serviço, que abrisse as portas de acesso às galerias para que entrasse o público, público que, sabe-se lá bem porquê, nesse dia se esteve nas tintas para o plenário, teve a lata, o desaforo e a falta de respeito para impingir a ideia de que, por obra e graça dos eus governos, Portugal está perto de ser o maior, capaz de ombrear, imagine-se, com a França, a Alemanha ou a Espanha!
E como se este desplante, só por si, não fosse mais que suficiente para nos encher de orgulho e por a fazer contas para começar a atacar os artigos de marca e festejar a chegada de 2024 com um cruzeiro de volta ao mundo, para satisfazer o nosso ego, a Europa que se cuide porque, brevemente, mas sem dizer como nem quando, nós seremos os primeiros.
Pensarão muitos que é pura utopia mas, porque com a descida de mais quatro lugares na alista dos países da União Europeia estamos cada vez mais próximos de cair para o último lugar, bastará inverter a lista para, por exclusivo mérito nosso, podermos cantar: “Somos os primeiros”!

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