Bragança

Candidatura da máscara ibérica “segue um bom caminho”

Publicado por Glória Lopes em Qui, 2021-12-02 10:37

A candidatura transfronteiriça das festas com máscaras e mascarados à UNESCO já está a ser avaliada pela Direção Geral do Património Cultural e segue “um bom caminho”, adiantou a vereadora da Cultura da Câmara de Bragança, Fernanda Silva, na abertura da X Bienal da Máscaras-Mascararte, na passada quinta-feira. Trata-se de uma candidatura promovida pelo Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial – Zasnet, que envolve mais de 30 rituais com máscaras de Trás-os-Montes, Salamanca e Zamora, que será proposta à obtenção da classificação de património imaterial da humanidade da humanidade.
A responsável indicou que “está a ser avaliada a mascarada, ritual a ritual e está em fase de enriquecimento, por assim dizer, mas está num bom caminho para que possa seguir para o gabinete da UNESCO para ser feita a avaliação final. Esperamos que isso aconteça dentro de um ano”, frisou.

A X edição da Bienal, que marca também os 20 anos desta iniciativa em Bragança, realiza-se este ano sob signo da contingência imposto pela pandemia covid-19, que obrigou ao cancelamento de oficinas e workshops, mas também do desfile de mascarados e queima do mascareto, o evento mais emblemático desta organização. Mesmo neste clima de incer- teza a Bienal realizou-se sob o tema “Mascaradas de Inverno da Raia Ibérica”.

A exposição de máscaras de artesãos da região teve honras de abertura, com a presença de mais cerca de uma dezena de habilidosos escultores oriundos dos concelhos de Bragança, Miranda do Douro, Vinhais e Lazarim. Fernando Tiza, artesão de Varge, é dos mais antigos nestas lides, participa desde a primeira bienal, e vê com satisfação que cada vez há mais artesãos a trabalhar a máscara. “Há 47 anos que faço máscaras. Éramos muito poucos. Eu fazia máscaras para os caretos de Varge e nunca mais parei”, contou.

Vitor Afonso, um dos artesão mais jovens, é natural de Ousilhão (Vinhais) terra de grandes tradições nos rituais ligados à máscara este mostra um conjunto de máscaras em madeira que exigiram grande labor.

Amável Alves apresenta-se com cerca de 20 máscaras escolhidas num rol de mais de 50. “Quem não aprece não existe. Mesmo com restrições nós não deixamos de partici- par, para divulgar”, explicou este artesão que produz máscaras desde 2003.

Neste espaço estão ainda pa- tentes as máscaras de Miguel Silva e Isidro Rodrigues. Foi também apresentado o catálogo da bienal de 2019 e aberto o “Espaço Máscara”.

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