José Mário Leite

NÃO PISE A RELVA, POR FAVOR

 
– Por favor, não pise a relva
– Porquê?
– Porque não se deve pisar...
– E porque não?
– Porque ao pisá-la estraga-se!
– Estrago? Mas estrago, como? A melhor utilidade da relva é precisamente para se andar nela. Se ao fazê-lo a estrago, afinal que utilidade tem?
– O problema é precisamente esse. A relva não é para pisar.


Por quem Deus nos mandou avisar

“A César o que é de César” Recomendou Jesus quando questionado sobre a licitude do pagamento do tributo romano. Sendo-lhe devido, espera-se que este trate bem o que lhe pertence. E assim foi. César, o Júlio, tratou bem do que lhe foi confiado. Tratou bem de Roma, dos romanos e do império que consolidou, melhorou e ampliou. Cuidou bem da sua família e tratou de que a sua mulher, sendo honesta, se comportasse exemplarmente para que igualmente o parecesse. Cuidou bem do seu filho Brutus, que tanto amou, como testemunhou Marco António no célebre discurso fúnebre.


MÉS QUE UN CLUB

“Més que un club” (Mais que um clube) é talvez o maior e mais carismático lema do Futebol Clube de Barcelona e foi proferida por Narciso de Carreras Viteras (1905-1991) quando foi, fugazmente, seu Presidente (entre 1968 e 1969). Define não só a adesão popular ao brilhante clube catalão, mas igualmente caracteriza a ação social da agremiação desportiva que vai muito para além do clube de futebol e das restantes atividades diretamente ligadas ao desporto.


NOVE E NOVENTA E NOVE

A propósito de atual Conferência de Davos, veio-me à memória uma conversa entre colegas e amigos, pouco antes do Natal, sobre Ética e Economia. Alguém no grupo perguntou a João César das Neves qual a sua opinião sobre a eficácia prática da fixação de preços, ligeiramente abaixo dos números redondos tidos como psicológicos.


MEMÓRIAS DA TABERNA

Há, entre outras, uma forma de, neste inverno frio e citadino, me sentar à lareira e, mesmo com o fogo apagado, as vacas por acomodar e sem os ralhos da vizinha por causa das pitas que debicam o renovo, sentir um calor doce e reconfortante, vindo das cinzas da lareira, ou do canto silencioso de “um rouxinol intemporal, pendurado nos ramos secos dos freixos”...


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