Neste início de férias em que o tempo cálido e ausente de notícias de relevo convida ao descanso e ligeireza, decidi partilhar com os leitores um episódio que apesar de estranho é verídico, estando devidamente registado e documentado no arquivo da correspondência da Fundação Calouste Gulbenkian. Corria o ano de 1987, Portugal tinha acabado de entrar para o Clube Europeu e os portugueses iniciavam-se numa arte que teria grandes e muitos aderentes: a obtenção de subsídio!
A opinião de ...
Na edição n.º 3468 deste jornal, de 10/04/2014, assinei um texto titulado “Sobre o Clube Académico de Bragança”, com o duplo propósito de, por um lado, relevar a importância desta instituição que, no contexto do amadorismo, mais do que qualquer outra, tem dignificado e projectado a cidade e o concelho de Bragança; por outro, prestar uma pequena homenagem ao então presidente cessante, Fernando Gomes, pelo trabalho meritório à frente deste símbolo da cidade e, simultaneamente, para lhe demonstrar a minha solidariedade por empreender a aventura de abandonar o seu país, pelas razões que todos c
A multidão, expectante, comprimia-se na gare. O sonho concretizava-se. O comboio, engalanado a preceito, silvou nos freios e estancou. A apoteose, o libertar de pulmões em opressão de quarenta anos, extravasou. Músicas operárias de letras a condizer e com destaque para a Internacional Socialista ecoaram na nave central de St.ª Apolónia, ali junto à porta do Sol Fernandina, em Lisboa.
Sou de origem rural e com este meio mantenho uma estreita ligação, até porque me honram as minhas raízes e gosto muito da minha pequenina aldeia, Frieira. Saliente-se que se trata de uma antiga vila, com história e tradição. Considero-me daqueles que se lembram dos “caminhos velhos” porque tenho sempre “saudades da terra” e, na verdade, quando me é possível dou uma volta por esses caminhos, cada vez mais velhos e pouco calcorreados. Inerências dos tempos e das consequências do ritmo da economia e da vida.
Neste início de férias em que o tempo cálido e ausente de notícias de relevo convida ao descanso e ligeireza, decidi partilhar com os leitores um episódio que apesar de estranho é verídico, estando devidamente registado e documentado no arquivo da correspondência da Fundação Calouste Gulbenkian. Corria o ano de 1987, Portugal tinha acabado de entrar para o Clube Europeu e os portugueses iniciavam-se numa arte que teria grandes e muitos aderentes: a obtenção de subsídio!
Retomo o tema da Grécia. Muito já se escreveu sobre ele mas muito faltará escrever. Vou juntá-lo com Portugal na palavra Olissipatina (Lisboa+Atenas, em Grego).
Dois temas têm dominado a agenda sobre a Grécia: as causas da crise e a forma da resolução (apenas adiamento? segundo António Vitorino) da crise.
Terminara o depoimento a testemunha arrolada por uma das partes, quando a julgadora, dirigindo-se à constituinte da parte contrária e oficial do seu mesmo ofício, lhe atira: «Olá, Catarina!». E troca com ela dois amistosos beijos. A prebendada quadrou com um «Olá, senhora doutora!», ensaio, porventura, para salvar a face da desastrada colega. A testemunha, perante cenário tão esclarecedor, sentiu-se ferida nos seus princípios. Atitudes, formas de proceder e gestos como aquele contribuem para fazer jus a certos queixumes e vernáculos soados amiúde nas ruas e praças públicas.
ASSUNTO–“DEDUÇÕES AO IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO DAS PESSOAS SINGULARES(IRS) PARA O ANO DE 2015-DESPESAS DE EDUCAÇÃO”
QUESTÃO:-“ …material escolar, livros e outras despesas de educação dedutíveis ao imposto a pagar…”
RESPOSTA:-(elaborada em 25/07/2015)–As solicitações no sentido de continuarmos a abordar as deduções legais ao IRS para o ano de 2015 são inúmeras, facilmente se compreendendo as preocupações daqueles que sentem o peso dos impostos, nomeadamente no setor do trabalho por conta de outrem.
Reservei um quarto de hotel, pela internet, num hotel de 4 estrelas, para passar férias. Quando lá cheguei, foi-me comunicado que o meu quarto não estava disponível nem havia outros. Entretanto, propuseram-me um hotel que distava a 30 Km de distância e cuja categoria era inferior. Esta situação é legal?
Sempre que oiço uma caixa, clarinete, um tambor e uma gaita-de-foles, a memória, simpática, solta-me sons e imagens das festas de Verão, realizadas no paraíso de Vinhais. Festas pimponas. E não é opinião entroncada no saudosismo serôdio do antigamente é que era bom. Sim no saudosismo dos dias felizes, luminosos, do folgar e bailar. Para a maioria, fagueira interrupção na cansativa e quotidiana procura de sustento, sustentado como ora se diz, em época marcada pela insustentabilidade de um viver no fio da navalha da precisão.
Falar de cidades nos dias de hoje tornou-se uma banalidade. Para o bem e para o mal, muito do que está a acontecer no mundo, neste preciso momento, tem uma cidade como palco ou protagonista.
Descobrimos precisamente isso quando as próprias cidades se empenham em anunciar aos gritos todas as suas façanhas ou potencialidades, escondendo debaixo do tapete as suas debilidades e problemas.
La parba, l aire la junta l aire la spalha.
Adaige mirandés
Quedou prometido, de l outro die, qu’habiemos de falar noutras palabras deste tiempo de las segadas. Bamos anton, apuis d’habermos bisto alguas de las cousas que se fazien nas tierras, arrirmar-mos a las eiras para fazer la trilha.
Relativamente à minha última crónica sobre a proteção de dados pessoais foram levantadas duas questões aparentemente parecidas mas que, na realidade, não o são. Amigos comentaram que este é um problema e uma consequência da contemporaneidade. É a vida moderna que exige esta “exposição” para adequação à sociedade da informação. E, contudo, nem esta parafernália responde a desafios modernos, nem tão pouco a preocupação com este tema é de agora.
Vivemos numa época em que a procura de acordos, baseados na colaboração, na entreajuda e na negociação, faz parte do dia-a-dia das pessoas, das organizações e dos países de todo o mundo.
Há duas semanas o estridente Victor Bandarra (conheço-o via Rogério Rodrigues, transmontano, poeta, exímio repórter, amigo meu desde os idos de setenta) apresentou ao som de charamelas e oboés reportagem centrada em Mogadouro, cujo miolo era a convergência de religiões. Afinei o ouvido, limpei os óculos, ouvi e vi. Descontada a ganga palavrosa, chamar comunidades a meia dúzia de pessoas vindas de longe é gordo exagero, retive a envolvência simpática de todos, a lhaneza do católico e o escrúpulo do hindu na observância do interdito.
A propósito da escrita – meio através da qual, utilizando símbolos gráficos, organizamos o pensamento e exprimimos as nossas ideias -, um amigo perguntou-me, numa daquelas conversas de circunstância, se não tinha a noção de que hoje em dia se usavam vírgulas a mais, referindo-se à produção literária em jornais, revistas, documentos oficiais, publicidade, etc.
Quando estamos a passar por mais um período do designado “defeso” da bola, seria justo que ficássemos “aliviados” do bombardeamento de notícias, reportagens, entrevistas… com que somos brindados por meios de comunicação, repetidamente, dizendo quase sempre a mesma coisa, pouco acrescentado ao nosso saber, não obstante muita outra, pouco clara, ficará por dizer.
Talvez seja de lembrar que há uma relação anterior ao que chamamos lusofonia e diásporas, que é a relação entre conquista e povoamento, submetendo as populações nativas. Para entender a evolução até à entrada neste século XXI, é justo lembrar a doutrina de teólogos e jurista, do que já foi apropriadamente chamado Escola Ibérica da Paz, uma edição preciosa da Universidade de Cantabria (2014) sob a direção de Pedro Calefate, Ramón Emílio Mandado Gutierrez, e um excelente Prefácio de António Augusto Cançado Trindade.
- Há alguns [dialectos locaes] de alguns logares de Tras-os-Montes, e Minho, nas rayas de Portugal, e quasi se não podem chamar portuguez, mas só os usa a gente rustica d’aquelles lugares.
Jerónimo Contador de Argote, Regras da lingua portugueza
Lá muito longe, nas nascentes do frio de enregelar, na maternidade dos nevoeiros cerrados, no caldeirão dos calores infernais, ali por detrás do Marão, bulia uma aldeia perdida nos montes e vales. Naqueles tempos, nos tempos da cadeira partida, a de Salazar, a escola primária era santuário respeitado pois que amedrontava. A professora, D. Maria Luísa, sabia o que tinha entre portas, um rebanho de miúdos a despontar, de olhos suplicantes no aprender, na novidade de saber ler e contar.