A opinião de ...

Escuteiros!..

Apesar de nunca ter integrado o movimento escutista, tenho uma representação positiva das atividades e forma de estar associativa e socialmente, do mesmo.
Essa representação acompanha-me desde os tempos de criança, quando frequentava o ensino escolar nos Salesianos. Ainda hoje me acompanha a pena de não ter integrado esse movimento. Circunstâncias da vida.
Porém, uns bons anos mais tarde, tive o prazer de ver a minha filha escuteira, quando vivenciava a adolescência. A sua participação no movimento escutista constituiu para mim uma singular satisfação. Por isso, na medida do possível, procurei acompanhar as atividades inerentes, disponibilizando a minha prestabilidade e marcando presença quando esta se justificava. Ativa e participativa.
Para além de acampamentos e outras interativas realizações, não posso deixar de recordar o grupo musical e de cantares que, na altura, foi constituído, e que tanta motivação suscitava, quer nos próprios jovens que o constituíam, quer nos progenitores ou familiares e amigos próximos. Era a “Dezoituna”. Formada por jovens escuteiros, amigos, entusiasmados, divertidos e com “sangue na guelra”. Aliás, foi a partir daí que a minha filha, Anabela Pires, Belinha, como eu a trato sempre, em conjunto com mais três amigos escuteiros, acabou por formar o Grupo de Fados “Som do Silêncio” que tanto êxito teve na altura, mesmo fora da região.
Foram, na verdade, tempos interessantes que recordo com saudade. Não me esqueço das amizades que daí decorreram e de pessoas cuja identidade com os escuteiros não esqueço. Entre elas e sem menosprezar muitas outras, não posso deixar de referenciar o saudoso padre, Belarmino Afonso, e o meu amigo, padre António Estevinho. Para mim, duas figuras incontornáveis e de relevo no contexto da vida dos escuteiros, em Bragança.
Aproveito para felicitar o meu amigo, Miguel Miranda, também dirigente no Agrupamento XVIII, que tem no prelo e irá lançar, ainda este ano, o livro “O Escutismo na Região de Bragança”, da sua autoria, resultado da sua investigação e trabalho aturado nestes últimos tempos, com aspetos e curiosidades sobre a atividade e presença escutista na nossa cidade e no distrito, ao longo de mais de nove décadas de vida do movimento na região. Uma iniciativa muito interessante, até por ser uma obra pioneira sobre este tema. Estou esperançado que vai corresponder às expetativas.
Entendendo que a filosofia inerente ao escutismo se sustenta em valores transversais de grande importância na sociedade e na família, espero que a minha neta, a Ritinha, quando e se for possível, respeitando a sua motivação, venha a ser escuteira, absorva e partilhe os seus ideais, formas de estar, ser e participar na família, na vida e na sociedade.
Sou de opinião que, dada a sua atividade interventiva, os escuteiros, merecem ainda mais visibilidade e apoios institucionais. Afinal, são uma excelente escola de vida e para a vida. Ainda bem que, de vez em quando, lá escrevem no espaço “Caminho a Seguir” do Mensageiro de Bragança relatando as suas atividades e ações. Numa das últimas edições li que foram plantar árvores no Campo de Escutismo Urbano em construção na nossa cidade. Em Carrazeda de Ansiães há também um Centro de Formação Escutista. De referir que, atualmente, há nove Agrupamentos em funcionamento na nosso região.
Ao movimento escutista em geral e aos escuteiros de Bragança em particular, desejo os maiores êxitos e que o reconhecimento social e institucional 

Edição
3602

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