A opinião de ...

Festejos, arraiais e outros que tais..

Afinal, os ingleses é que sabem. Portugal, com a região de Lisboa e Vale do Tejo à cabeça, volta a estar nas bocas do mundo devido à pandemia e pelas piores razões, com os novos casos e novos internamentos a subir há um mês e a colocar em risco o processo de desconfinamento.
Vários concelhos arriscam-se a voltar no tempo, ao tempo que antecedeu festejos futebolísticos, arraiais partidários e outros ajuntamentos, que o verão irá tornar mais frequentes.
A certeza do Presidente da República de que não haverá marcha-atrás no desconfinamento começa a ficar seriamente em dúvida, por mais que isso custe a Marcelo Rebelo de Sousa.
Por cá, no distrito de Bragança, os números desta semana são os mais animadores desde que começou a pandemia. Mas, tal como acontece noutras paragens, basta um descuido para o esforço de meses ir por água abaixo, colocando em causa não apenas o presente mas o futuro.
Esta semana, Portugal poderá estar “a caminho” de ser um dos países da União Europeia “com maior incidência” de casos de covid-19 devido à variante Delta do SARS-CoV-2, garantia à agência Lusa o matemático especialista em epidemiologia Óscar Felgueiras.
O investigador da Universidade do Porto, afirmou que “Portugal está a caminho de ser um dos países com maior incidência na União Europeia”, considerando, no entanto, que o “impacto hospitalar" do crescimento do número de casos será moderado pela vacinação.
“Não só vamos ultrapassar a média europeia, como vamos ultrapassar a maior parte dos países da União Europeia. Vai ser rápido, mais uma ou duas semanas estamos à frente de quase todos os países”, salientou o especialista, lembrando que o país está “bastante exposto” à variante Delta do SARS-CoV-2, associada à Índia.
Uma variante que a própria União Europeia teme que venha a escapar à imunização provocada pela vacina.
Em mês de Europeu de futebol, que propicia convívios, e de reinício de diversas atividades públicas, seja de cariz desportivo ou cultural, olhar para o que se passa noutros pontos do país deve servir de lição para uma das regiões que melhor respira nesta altura, como é o Nordeste Transmontano. Porque ninguém quer estar na mesma situação de Lisboa e Vale do Tejo, outra vez.
Porque [mais] um pequeno sacrifício agora pode significar um grande ganho em termos de tempo no futuro.

António G. Rodrigues

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