A opinião de ...

Atitudes

O Engenheiro Jorge Nunes foi eleito pelos autarcas do Norte para vogal da Comissão Directiva do Programa Operacional do Norte. Repito: foi eleito. Aqui há meses escrevi acerca da insólita colocação na prateleira do antigo Presidente da Câmara de Bragança, estando no cadeirão do poder central o Partido a quem ele proporcionou intensas vitórias. No exercício de funções profissionais e políticas Jorge Nunes demonstrou competência, visão estratégica para além dos Montes, capacidade no aglutinar individualidades de tomo em diversas áreas do saber a nível nacional e estrangeiro; daí a minha estupefacção ante o sue forçado exílio quando no PSD não abundam quadros da sua craveira, ao invés, nele nadam cardumes de manteigueiros, transporta pastas e dobra espinhas. Também através de palavras manifestei desagrado, no entanto, quem me ouviu fechou-se em copas porque no palácio das Cortes terá sido cozinhado um caldinho a impedir o pleno valimento intelectual e técnico de Nunes ao serviço da causa pública. Mandou-me a experiência não procurar saber quais foram os ingredientes e condimentos empregues na misérrima sopa, menos ainda acerca dos fautores porque a seu tempo irão emergir à tona do requentado caldo tal como aconteceu ao João Ratão no caldeiro da Carochinha. Em histórias do género já nem as crianças de colo crêem, no mais sabemos da existência de políticos sempre a esmolar colo, como quem diz lugares, apesar de nulo currículo profissional a justificar escolha. A confortável eleição de António Nunes é trave forte para o Governo aprovar a escolha, apesar dos engulhos provocados; as pessoas de boa fé e melhor índole julgam impossível uma reviravolta. Apesar de não acreditar em bruxas, mas que las ay, ay, convirá que os autarcas apoiantes da sua eleição continuem atentos. E não só. A paixão cega, na esfera política cega completamente, os rancores partidários empobrecem o sistema, até o estão a colocar em perigo, só que os cegos despeitados não abrem os olhos, preferem ouvir palavras impregnadas de lisonja até resvalarem no alçapão. Em ano de eleições o observador atento colhe abundante material caracterizador da ambição desmedida, do pleno de traições, da destrambelhada acção dos candidatos falhos de atributos, exemplos de misérias morais movidas pela ambição. No caso em apreço as virtudes da democracia sustiveram cavilosa ofensa, do eleito espero, esperamos, afinco e trabalho profícuo na defesa dos interesses das populações e do Nordeste. 

Edição
3513

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