Obras do grupo Puzzle reunidas pela primeira vez em décadas numa exposição do CAC

É com a exposição ‘Grupo Puzzle que reúne, pela primeira vez, obras das três dezenas de apresentações realizadas por aquele conjunto de artistas, entre 1976-1985, que o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais (CAC), em Bragança, abre a temporada.
A grande retrospetiva recorda o grupo Puzzle, fundado por Dario Alves, Armando Azevedo, Carlos Carreiro, João Dixo, Albuquerque Mendes, Graça Morais, Fernando Pinto Coelho, Pedro Rocha e Jaime Silva, em fevereiro de 1976, juntando-se Gerardo Burmester em agosto de 1977, no rescaldo do Processo Revolucionário em Curso (PREC).
Reunir o espólio patente no CAC levou 20 anos a Paula Pinto, curadora da exposição. “Foram 20 anos de investigação. Foi preciso uma escala de tempo e uma escala de espaço, precisávamos desta escala espacial. Foi preciso apoio institucional para isto acontecer, foi um trabalho muito longo de investigação muito minuciosa, passo a passo. Nada estava inscrito na história. As obras estavam destruídas, maltratadas. Foi preciso recuperá-las ao longo do tempo. No domingo passado ainda apareceram obras. É preciso olhar, cruzar, seguir pistas, É um trabalho de investigação física e de recolha”, explicou a responsável.
Muitas das obras estão a ser mostradas pela primeira vez. “As obras eram feitas para as exposições. Eram sempre uma apresentação no espaço e no tempo. Foram apresentadas uma vez, em determinada condição, muitas vezes internacionalmente, e as próprias performances eram destruídas”, acrescentou.