Nordeste Transmontano

Líder da Iniciativa Liberal veio ao distrito defender ligação a Espanha em Alta Velocidade

Publicado por António G. Rodrigues em Qui, 2023-03-23 10:00

O líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, esteve em Bragança no passado sábado a defender a aposta na ferrovia no Nordeste Transmontano e a ligação em alta velocidade a Espanha por esta zona do país.

“Tínhamos um programa de visão nacional para a ferrovia e um dos pontos fundamentais era que as capitais de distrito que hoje não são servidas por ligação ferroviária, nomeadamente Bragança, Vila Real e Viseu, passem a ter essa ligação. Consideramos que a ferrovia é um investimento fundamental para o país, para a coesão territorial”, disse aos jornalistas, durante uma visita ao Museu Ferroviário de Bragança.

A esta visita seguiu-se um debate no Auditório Paulo Quintela, com a presença da Associação Vale d’Ouro, que realizou um estudo sobre a viabilidade do corredor ferroviário por Bragança.

“O problema, para além de ser aqui ou por Vilar Formoso, é que, sistematicamente, os planos de investimento que o Governo apresenta em matéria de ferrovia não são cumpridos.
O plano ferrovia 2020 tem, neste momento, cerca de 15 por cento da sua execução concluída e era um plano que já devia ter acabado.

Cerca de 30 por cento desse plano já não vai ser concretizado e tudo o mais vai ser concretizado com muito atraso.

O segundo ponto é que há já sinais de que o plano ferroviário apresentado pelo Governo possa estar a ser deixado cair. Há soluções, por exemplo, no Algarve, que apontam para uma incompatibilidade com aquilo que foi apresentado pelo Governo.

Os sinais são todos de que promessas há muitas mas a concretização é sempre deficiente, muito aquém do que são as promessas”, disse Rui Rocha.
O líder da IL defende que as opções deveriam ser discutidas.

“No nosso plano, a ligação a Espanha seria feita via Puebla de Sanábria mas, em todo o caso, ser via Zamora parece, também, uma opção defensável e que merece ser considerada.
Essas questões podem ser discutidas mas o ponto fundamental é anterior a esse. É que não há uma vontade política de concretizar um plano ferroviário que sirva o país e as regiões do interior”, apontou.

Questionado pelo Mensageiro sobre o atraso no Plano de Mobilidade do Tua, Rui Rocha foi taxativo: “É uma boa imagem daquilo que é o país. Há um entendimento, contrapartidas negociadas mas, depois, passa uma década e não saem do papel. A discussão é administrativa e burocrática e ninguém se entende sobre as responsabilidades que têm. Isso faz com que as populações fiquem privadas de uma contrapartida contratual porque ninguém se entende. É uma imagem real do que são os problemas do país.

Às vezes parece que as coisas são feitas de forma pouco rigorosa precisamente para que depois ninguém se entenda”, concluiu o líder dos liberais.

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