Há cada vez menos crianças a fumar na festa dos rapazes de Vale de Salgueiro

Dia 6 de janeiro. O relógio marcava 08:00 horas, o ar era gelado, a temperatura nada convidativa (0 graus), mas na aldeia de Vale de Salgueiro, nem o frio inibe a população de cumprir uma tradição original: a festa dos rapazes, em honra de Santo Estêvão.
Todos os anos, é escolhida uma pessoa (tradicionalmente um homem novo), natural da localidade ou dela descendente, para encarnar a figura de um rei, ficando a seu cargo a organização da festa, que dura dois dias (5 e 6 de janeiro).
Começou na noite de véspera dos Reis. Carlos Correia, o escolhido para ser o Rei da festa, comandou um grupo local de tocadores de gaitas de fole, caixas e bombos que percorreu a aldeia, “Fizemos uma arruada e depois fomos entregar cerca de 350 quilos tremoços e 250 litros de vinho em cabaças tradicionais, pelas casas da aldeia, a quem abriu a porta,”, conta o jovem de 23 anos, que tinha acabado de chegar à entrada da aldeia onde iria começar o ritual do segundo dia da festa. “Ainda não dormi nada, mas estou pronto”, diz.