Fogos deixam pastores do Douro Superior e da Terra Quente sem alimentos para o gado
Os produtores de ovinos e caprinos do Douro Superior e Terra Quente mostraram-se muito apreensivos em relação ao futuro das explorações pecuárias pela falta de alimentos provocada pelo incêndio que deflagrou no dia 15 no Douro Internacional.
O presidente da Associação Nacional de Criadores de Ovinos da Churra da Terra Quente, Bruno Cordeiro, disse que o incêndio destruiu as pastagens e o renovo só acontecerá lá para março, estando dependente das chuvas.
“Infelizmente os pastores não têm alimento para os animais. Neste momento toda a alimentação é dada à manjedoura. Esta raça [autóctone] de ovinos é criada de forma extensiva e tradicionalmente se alimenta do pasto, o que se torna numa situação muito aflitiva”, disse o também produtor pecuário, radicado no concelho de Torre de Moncorvo.
Segundo o responsável para a Associação Nacional da Ovinosda Raça Churra da Terra , a alimentação desta espécie de ovinos é 100% feita à base de pastagens naturais, que arderam nos fogos.
“O impacto [do incêndio] na economia local é muito grande e acredito que muitos pastores vão abandonar esta atividade pecuária, porque os custos de produção são elevados e estão sempre a aumentar, sendo muito dispendioso alimentar os animais durante cerca de meio ano, a correr bem”, admitiu Bruno Cordeiro.
Agora, o responsável, em nome dos 127 criadores desta associação nacional de produtores de ovinos, pede ajuda ao Governo para olhar para o setor, “porque é insustentável manter os animais estabulados”.