A opinião de ...

O azeite vem ao de cima

De cultura secular, por isso com história, tradição e imaginário simbólico riquíssimo, o azeite é uma das principais fontes de gordura que muitos de nós não dispensamos.
Portugal é mesmo para além de um forte país produtor, o terceiro maior do mundo, com um produto dos melhores do mundo e uma exportação que ultrapassa os mil milhões de euros, um dos principais países consumidores.
Só para citar algumas iguarias onde a sua utilização é fundamental, quem não gosta de uma boa torrada de azeite, de um bacalhau ou um polvo à lagareiro, de uma salada de tomate ou alface bem regada ou de um caldo verde com aquele fiozinho especial? Ao escrever e à hora a que escrevo esta ideia até apetece já saborear!
À frente! Sabemos bem dos seus inúmeros benefícios para a saúde pois é um produto natural, que quando consumido em doses adequadas, apresenta uma fonte de gorduras saudáveis e equilibradas, ajudando na prevenção de doenças cardiovasculares, sendo ainda de salientar as suas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes.
Contudo, o azeite não só é bom por fazer parte essencial da gastronomia e da dieta mediterrânica, mas também pelas diferentes utilizações na indústria farmacêutica, na iluminação, no aquecimento, na cosmética, na indústria conserveira, etc.
No nosso território, ele também faz bem à carteira de quem o produz. Por isso merece bem igualmente a designação de ouro líquido pela sua vertente económica.
Por isso, a par da castanha e do vinho, o azeite é um dos maiores motores da economia dos territórios da Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes, pois presente em percentagem elevada nos espaços agrícolas dos seus cerca de 5538 km2.
É mesmo um dos 23 produtos classificados pela União Europeia com Denominação de Origem Protegida (DOP) e Indicação Geográfica Protegida (IGP) (fonte sítio CIM-TTM).
Ora nesta região, felizmente que ainda não assistimos àquela proliferação de oliveiras pequeninas, plantadas quase metro a metro, para produção intensiva, que esgotam a terra e os seus recursos, no entanto, torna-se necessário ainda assim, valorizar mais a fileira da oliveira, de criar valor e procurar soluções para os desafios colocados ao olival tradicional, nos planos do modelo produtivo, na organização do setor, nos fatores críticos de competitividade e na estratégia de promoção e comercialização.
Aqui, já em plena época da campanha da azeitona, escutando os produtores e os lagareiros e as queixas que eles apresentam que o preço elevado a que vamos assistindo, quase em nenhuma percentagem vai para eles, mas sim para os embaladores e comercializadores que são muito influenciados pela campanha espanhola, referem que não devia ser possível vender-se azeite mau em Portugal e que temos de apostar mais em marcas próprias e não tanto em exportação a granel.
Por isso temos de ser um País onde também, a diferentes níveis e tipos de responsabilidade, se deve continuar a garantir a qualidade, sobre qualquer ganância de lucro e se exponenciar a exportação para não sermos ultrapassados por outros países produtores.

Edição
4013

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