Bragança

António Tiza lançou ‘Pretérito Imperfeito’- Contos do Nordeste

Publicado por Glória Lopes em Qui, 2023-09-28 09:41

O autor e investigador transmontano António Tiza apresentou na passada sexta-feira, em Bragança, o seu último livro ‘Pretérito Imperfeito’- Contos do Nordeste, onde através de 18 histórias de ficção faz um retrato do passado e do presente de usos e costumes da região. “Chamei-lhe Pretérito Imperfeito porque são histórias do passado, mais ou menos presentes, algumas de há 30 ou 50 anos. Contudo é um passado imperfeito porque em alguns casos não está acabado. Há coisas do passado que se mantém no presente, ou pelo menos mais ou menos, porque não mantém a sua integridade. Algumas já não podem manter-se porque as condições económicas e sociais não o permitem”, explicou António Tiza.

As tradições que perduram como as cobrideiras de Torre de Moncorvo, que fazem a amêndoa coberta, conselho de Rio de Onor, um dos resquícios do comunitarismo que ainda se realiza na aldeia, onde já não existe o boi comunitário, os gaiteiros, as festas dos rapazes e tanto mais que existe no Nordeste Transmontano. “Sejam atividades económicas, festividades que existiram ou existem de alguma maneira, a partir delas foi contruída uma ficção. Não são contos tradicionais, são inventados. Partiu-se uma ruralidade, em vários aspetos. A amêndoa de Torre de Moncorvo, as vindimas do Douro em Carrazeda de Ansiães, a forma de organização comunitária em Rio de Onor, onde já não existe a boiada, até porque não há vacas. No entanto, existem outras formas de comunitarismo, como o conselho que era a organização que regulava a comunidade de Rio de Onor, que mantém e continua a reunir, a fazer coisas e a fazer trabalhos, o moinho e o forno continuam a existir. Festas, danças, música”, enumerou.

O livro, com ilustração de Sara Pereira, é um retrato de atividades tradicionais, da música, costumes e usos do distrito de Bragança. “Pelo menos cada um dos doze concelhos tem um conto. Ainda que alguns tenham mais do que um”, destacou.

A preservação de uma memória coletiva está na mira do autor. “Para que não perca, se reavive, inclusivamente, e para que se valorize e divulgue. Há pessoas, mesmo no distrito, que não conhecem as tradições e estas realidades. É uma forma de dar a conhecer aos que ignoram e para que também quem as mantém se sinta mais valorizado para a manutenção dessas formas de vida”, salientou António Tiza.

O livro tem a chancela da editora Leya e vai estar à venda em todo o país.

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