A opinião de ...

É mau demais para ser verdade

Neste quase final de dois mil e vinte quatro, caiu sobre o país, como uma autentica bomba nuclear, a notícia que, não obstante os milhões de euros provenientes do Orçamento do Estado com que, ano após ano, é dotado o Serviço Nacional de Saúde, a resposta por ele dada aos problemas de saúde e de bem estar de todos os utentes que, por direito próprio, a eles têm direito, está a ser fortemente condicionada por enormes quantias gastas para assistir milhares de pessoas das mais diversas classes sociais e económicas vindas dos quatro cantos do mundo que, sob a capa de turistas ou de qualquer outra, se deslocam a Portugal atraídas pela grande qualidade e total gratuitidade da assistência que, sem qualquer encargo para eles, lhes é prestada pelo nosso Serviço Nacional de Saúde.
Numa primeira análise, por tudo o que foi publicado e, especialmente, pelo muito mais que ainda pode estar no segredo dos deuses, custe o que custar, doa a quem doer e refile quem quiser refilar, exige-se, desde já, que se faça uma análise urgente, profunda, transparente e séria desta informação, dando uma especial atenção ao eventual laxismo nos procedimentos que deram origem a esta situação, a todos os títulos lamentável, iniciando de imediato a preparação de legislação adequada e exequível sobre este assunto, capaz de moralizar este tipo de procedimentos e, duma vez por todas, impedir que se possam repetir outros escândalos da mesma natureza, que em nada contribuem para o prestígio das instituições e a dignificação dos seus autores o que, obviamente, nos tempos que passam, nunca será uma tarefa nada fácil.
Contudo, com base nos erros cometidos na atual política de prestação de serviços médicos a toda essa gente, venha ela donde vier, atraídos só porque eles são grátis e de boa qualidade, com base nos erros cometidos nesta política e em toda a experiência vivenciada, já é possível identificar omissões e procedimentos a que é preciso por cobro, tanto pelos elevados custos para o Serviço Nacional de Saúde, como, e especialmente, pela injustiça gritante e discriminação imoral que representam para com a generalidade dos utilizadores que, sejam eles quais forem ou venham donde vieram, demagogias e quixotices à parte, com os seus descontos e os seus impostos, via Orçamento Geral do Estado, são o seu grande e quase único suporte, a garantia da sua subsistência e a grande razão da sua existência.
Quer isto dizer que só devem ser atendidos no SNS os que para ele descontam ou descontaram, contribuem ou contribuíram?
A meu ver, logicamente que “NÃO, MAS”, pelo que, com votos sinceros de um Santo e Feliz Natal e de um Ano Novo repleto de saúde, paz e alegria para todos, pelo muito que pode estar em causa, deixo à consideração de todos a hipótese de optarem por qualquer outro género de respostas.

Edição
4017

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