Discussão e aprovação do programa do Governo
o que tudo indica e sem surpresas de última hora, quando sair para a rua o próximo número do Mensageiro de Bragança, já estará aprovado na generalidade o programa de governo apresentado na Assembleia da República pela Aliança Democrática, constituída pelo PSD e pelo CDS, a qual, em consequência da queda do anterior governo, causada pela não aprovação pelo parlamento da moção de confiança apresentada pelas oposições, se apresentou de novo às eleições realizadas no dia 18 do passado mês de maio, as quais acabaria por ganhar de forma destacada de todos os outros concorrentes e, em função dos resultados apurados, ver a sua representação no parlamento substancialmente aumentada.
Como é sabido, o programa do governo, é um documento essencial e indispensável para a gestão da atividade de qualquer governo, através do qual são dados a conhecer com mais pormenor os princípios e as linhas programáticas dos programas eleitorais com que os diversos concorrentes às eleições se apresentaram aos eleitores, que anualmente tem de ser apresentado ao plenário da Assembleia da República para ser discutido na generalidade e depois na especialidade que, se for chumbado, ainda que por maioria simples dos deputados, tem como consequência a dissolução da Assembleia da República e a convocação de novas eleições.
Atendendo aos condicionalismos internos e esternos e, muito especialmente, ao proliferar de crises resultantes da invasão da Ucrânia, da situação desesperada da Palestina e da recente guerra entre o Irão e Israel, todas potenciadoras de crises políticas, económicas e sociais, bem como à volatilidade da atual geometria das bancadas do parlamento e a manifesta saturação da generalidade das pessoas, nada interessadas em voltar a suportar um novo período eleitoral, que ninguém se iluda, porque a execução do programa do governo agora aprovado não será nada fácil.
Do governo e das oposições espera-se e exige-se que, nos atuais condicionalismos internos e esternos, deixando de parte tudo que é secundário, se preocupem em encontrar resposta para tudo o que seja realmente importante para os superiores interesses do país e das pessoas, porque o tempo não está para charlatães, demagogos e vendedores de ilusões.
Mais do que de qualquer outra pessoa, de quem opta pela vida política, para além de competência, dignidade, transparência, e sentido de missão, exige-se que, sempre e em tudo, seja verdadeiro e honesto, o contrário de passar a vida a criar falsas espectativas, prometer o que não se tem para dar, confundir o possível com o desejável, para evitar a todo o custo correr riscos desnecessários que possam por em risco o futuro do país e, por arrastamento, o bem comum de todos, com especial atenção às necessidades das crianças, dos idosos e dos mais frágeis, porque o resto virá por acréscimo.