A opinião de ...

Em memória das vítimas da estrada

Na manhã do terceiro domingo de Novembro (21), em que se celebrava o Dia Mundial em Memória das Vítimas da Estrada, nas notícias locais fomos informados de um acidente no IP2, na zona da Trindade, de que ressaltava um dado alarmante “dez feridos”, sendo três considerados graves (https://www.mdb.pt/index.php/noticia/despiste-e-capotamento-faz-dez-fer… e https://www.brigantia.pt/noticia/dez-pessoas-feridas-em-acidente-no-ip2… ). Mesmo estando muito habituados a ouvir notícias más e/ou tristes, a circunstância de ter ocorrido próximo de nós faz-nos despertar mais a atenção e procurar saber outros pormenores. Todos os feridos deram entrada nos hospitais de Bragança, Mirandela e Vila Real. Todos os meios necessários da protecção civil local e regional foram mobilizados.
Este dia anual foi instituído pela ONU em 2005, com o objetivo de lembrar quem perdeu a vida ou a saúde em acidentes rodoviários, assim como as suas famílias e também todos profissionais, agentes da protecção civil, da saúde e outros que todos os dias lidam com esta realidade. Visa também sensibilizar os cidadãos utilizadores da via pública e do automóvel para a necessidade da adoção de comportamentos preventivos e responsáveis. É uma oportunidade para refletir sobre o que fazer para salvar vidas, tanto as instituições e os Estados, como cada um de nós.
Sabemos todos, pelas campanhas de que vamos tendo conhecimento e alertas que recebemos, que a segurança rodoviária, é um desígnio nacional prioritário, porque os acidentes têm consequências trágicas e duradouras a vários níveis. Afeta a saúde de muitas vítimas e dos seus familiares. Do ponto de vista social tendo em conta as estruturas necessárias para apoio nessa recuperação e doenças associadas. Ao nível económico, os gastos financeiros nessa recuperação e reparação, mas também nos dias de trabalho perdidos. Com as múltiplas inovações, desde a construção de veículos mais seguros, de melhores estradas e, em especial, maior sensibilização e educação, com ênfase nas crianças e jovens, o número de acidentes na estrada e a gravidade das suas consequências ter vindo a diminuir de forma significativa nos últimos anos, tanto em Portugal como na Europa.
Em Portugal, segundo o relatório anual da ANSR, em 2020 ”registaram-se 26.501 acidentes com vítimas, no continente, dos quais resultaram 390 vítimas mortais no local do acidente ou durante o transporte até à unidade de saúde, 1.829 feridos graves e 30.706 feridos leves”. O seu presidente, para demonstrar a gravidade da situação atual, numa das iniciativas que marcaram o dia, comparou o número de mortos com a queda anual de três aviões no país, cheios de pessoas e sem sobreviventes. Seria dramático. Numa outra iniciativa foi lançada a petição “Cidades Seguras para Todos” que visa a redução da velocidade máxima para 30 km/h nos centros urbanos.
As principais causas dos acidentes estão associadas a fatores humanos como provam vários estudos (Montoro et all, 2000). A velocidade e o consumo de álcool, estão entre as primeiras causas para a sua ocorrência (Reto e Sá, 2003). É nos arruamentos onde há mais vítimas. O estrito cumprimento das regras de trânsito é o melhor contributo que podemos dar para uma melhor segurança rodoviária. Desejo as melhoras para os feridos no acidente no IP2 neste domingo.

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